“Esta medida decorre essencialmente da manutenção das perspetivas da inflação em um dígito no médio prazo, refletindo em parte a estabilidade da taxa de câmbio e a tendência favorável dos preços internacionais de mercadorias, não obstante a prevalência a nível doméstico de elevados riscos e incertezas associados às projeções”, disse o governador, em conferência de imprensa, em Maputo, no final da reunião do CPMO, que se realiza a cada dois meses.
A taxa de juro diretora em Moçambique esteve fixada em 17,25% desde setembro de 2022, após a intervenção do banco central, que depois iniciou cortes consecutivos a partir de 31 de janeiro de 2024, quando reduziu para 16,5%.
Em março do ano passado o Banco de Moçambique cortou para 15,75%, em maio para 15%, em julho para 14,25%, em setembro para 13,5%, em novembro para 12,75%, em janeiro deste ano para 12,25% e em março para 11,75%, seguindo-se novo corte em maio, para 11,00%, em julho para 10,25% e agora para 9,75%.
🔍 Detalhes Importantes
“O CPMO continuará com o processo de normalização da taxa mínimo no médio prazo, porém, em magnitudes modestas – eu diria cada vez mais modestas -, o ritmo e a magnitude continuarão a depender das perspetivas da inflação, bem como da avaliação de riscos e incertezas subjacentes às projeções do médio prazo”, disse ainda.
O governador recordou que este “processo de normalização” foi iniciado no início de 2024, com um prazo então estimado, e agora concretizado, de “24 a 36 meses”, acabando “beneficiando” famílias, empresas e o Estado, ao acumular uma descida de 700 pontos percentuais.
“Foi um ganho enorme no sistema”, apontou, embora reconhecendo que a taxa de juro de referência dos bancos para os seus clientes também “reduziu substancialmente”, cerca de 600 pontos percentuais no mesmo período, mas sem acompanhar totalmente a descida na taxa diretora do banco central, por depender do perfil de clientes.
💥 Impacto e Consequências
Zandamela acrescentou que, para o médio prazo, “antevê-se uma recuperação gradual da atividade económica” em Moçambique, “favorecida, em parte, pelas perspetivas de implementação de projetos em áreas estratégicas”.
Disse ainda que os “riscos e incertezas associadas às projeções da inflação mantêm-se elevadas” em Moçambique, destacando-se “como prováveis fatores do aumento da inflação no médio prazo”, desde logo, “o aumento do agravamento da situação fiscal num contexto de crescentes desafios para a mobilização de recursos financeiros para o orçamento fiscal do Estado”.
"Segundo, o impacto dos choques climáticos.
E terceiro, o impacto da lentidão na reposição da capacidade produtiva e da oferta de bens e serviços", apontou.
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Fonte: noticiasaominuto
29/09/2025 12:09