Haddad sobre questão fiscal: “Nós preferimos o caminho mais difícil” “Não vejo motivo para preocupação nesse front”, disse Fernando Haddad, garantindo que o governo segue buscando cumprir a meta fiscal atualizado Compartilhar notícia O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reiterou nesta segunda-feira (29/9) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continuará buscando o cumprimento da meta fiscal e dos compromissos definidos pelo arcabouço fiscal e pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
As declarações do chefe da equipe econômica foram dadas durante sua participação em um evento promovido por um banco, em São Paulo.
A meta fiscal do Brasil para 2025, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de resultado primário zero, com uma margem de tolerância de até 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB).
“É continuar perseguindo as metas definidas pelo arcabouço fiscal e pela LDO.
📌 Pontos Principais
Nós não estamos fazendo ajuste fiscal vendendo patrimônio porque isso acaba.
Estamos tentando fazer uma coisa gradual, mas consistente”, defendeu Haddad.
“Essa recomposição da base fiscal em três anos é inédita.
Desde que perdemos a base fiscal, em 2014, a Fazenda não enfrentou esse debate ou não conseguiu ter sucesso.
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Nós enfrentamos, e isso é muito desgastante”, reconheceu o ministro.
“Quando fizemos o ajuste fiscal no começo do Plano Real, foi em cima da receita global.
E o ruído foi pouco porque todo mundo entrou na conta e era mais fácil para o Congresso aprovar algo geral do que específico.
Quando você enfrenta interesses específicos de grupos organizados e mobilizados, a grita é maior”, prosseguiu Haddad, comparando com as dificuldades enfrentadas pela atual equipe econômica.
“Nós preferimos o caminho mais difícil, de buscar justiça tributária e fazer quem não pagava, pagar.” Durante o evento, Haddad foi questionado sobre o real compromisso do governo com o cumprimento da meta fiscal e reafirmou que os objetivos serão perseguidos e cumpridos.
“Em 2023, eu passei o ano inteiro dizendo que o governo não mudaria a meta em 2024.
Não mudamos e cumprimos a meta.
A mesma coisa está acontecendo neste ano.
A meta da LDO está sendo perseguida com todo o esforço que isso exige.
E, para 2026, vai ser igual”, afirmou.
“Não vejo motivo para preocupação nesse front.
Agora, às vezes, tivemos alguns dissabores no primeiro ano com a prorrogação de benefícios fiscais indevidos.
Mas nós nos adaptamos.
Nós perdemos o debate e nem por isso abrimos mão de perseguir a meta”, assegurou Haddad.
Crescimento com justiça social
Em sua participação no seminário em São Paulo, Fernando Haddad afirmou ainda que o ajuste fiscal tem de ser feito, mas com justiça e inteligência.
“Temos que ter cuidado ao falar de ajuste fiscal porque ele tem que ser justo e inteligente.
Você não pode penalizar quem mais precisa do apoio do Estado e da sociedade.
Essa busca por justiça também deve nortear quem zela pelas contas públicas.
Tem que fazer com justiça”, destacou.
📊 Informação Complementar
“Eu não acredito que o Brasil consiga estruturar suas contas públicas sem olhar também para a questão do crescimento.
Isso não se confunde com nenhuma leniência com a inflação”, disse o ministro da Fazenda.
Segundo Haddad, as reformas micro e macroeconômicas aprovadas nos últimos anos colocaram o Brasil em um novo patamar em termos de potencial de crescimento.
“A quantidade de reformas que estão vindo na esteira de processo, na economia digital, na economia verde, no setor de seguros, no setor de crédito, reforma tributária… Uma quantidade enorme de reformas que vão fazer o PIB potencial do país ampliar, como já ampliou”, afirmou.
“Não tem razão para não crescermos mais.
Nós podemos crescer na média ou acima da média mundial, como aconteceu nos dois mandatos iniciais do presidente Lula”, concluiu.
Fonte: metropoles
29/09/2025 12:13