Em declarações ao coletivo de juízes, os três arguidos garantiram desconhecer que exista cocaína dentro de paletes que continham bananas.
Seis homens estão acusados de crimes de associação criminosa e tráfico de droga agravado, num processo em que foram apreendidos nove milhões de euros de cocaína dissimulada em caixas de banana.
Os arguidos, com idades entre os 31 e os 53 anos, estão em prisão preventiva, sendo que a um deles está imputado ainda o crime de detenção de arma e munições proibidas.
Um dos acusados adiantou ter sido "apenas o mediador na compra de um camião", afirmando que desconhecia três dos restantes arguidos.
💥 Impacto e Consequências
"Não sei porque estou aqui.
Não tenho nada a ver com isto.
Apenas fui contactado para fazer a venda de um camião, mas não sabia para o que seria utilizado", disse o homem, cuja profissão está ligada à venda de automóveis.
O arguido admitiu ter recebido 1.500 euros de comissão.
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Este acusado convidou outro dos arguidos a ser o motorista do camião, para que pudesse ir buscar “seis paletes de bananas” ao Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL) e trazer para um armazém na Tornada, Caldas da Rainha, no distrito de Leiria.
O arguido declarou que foi "fazer de motorista para transportar as bananas" e recebeu 500 euros por serviço.
"A minha função era fazer o transporte das bananas.
Nunca vi cocaína, só no dia em que a Polícia Judiciária trouxe uma mala", explicou.
Um outro arguido afirmou trabalhar no armazém onde terá sido efetuado o transbordo das paletes.
Afirmou que desconhecia que no contentor estivessem paletes de bananas com cocaína.
"Carreguei no primeiro dia, porque não estava o meu colega que fazia esse trabalho.
No segundo dia não fui eu.
Foi o meu chefe que deu a ordem para fazer esse trabalho", contou.
O julgamento estava previsto começar de manhã, mas um arguido, detido preventivamente no Estabelecimento Prisional de Lisboa, não foi conduzido ao Palácio da Justiça de Leiria e a prisão não justificou as razões para o sucedido, explicou a presidente do coletivo de juízes.
“Esta situação é intolerável, porquanto se trata de processo com seis arguidos presos preventivamente e onde foi declarada a especial complexidade”, adiantou a magistrada judicial, alertando que os “prazos legais são apertados e estão em causa os direitos, liberdades e garantias dos arguidos”.
Segundo o despacho de acusação, confirmado por um juiz de instrução criminal, foram apreendidos cerca de 300 quilogramas de cocaína, suficiente para mais de 1,2 milhões de doses individuais diárias.
O Ministério Público (MP) referiu que, “desde pelo menos o início do mês de junho de 2023″, um grupo de pessoas cuja identidade não foi apurada decidiu dedicar-se à “aquisição e introdução de cocaína em Portugal”, para onde seria transportada em contentores via marítima, proveniente da Costa Rica, e depois, por via terrestre, para outros países europeus.
Àquele grupo aderiram os seis arguidos em julgamento.
A droga, que era "acondicionada e misturada em paletes contendo caixas de bananas", entrava em Portugal pelo Porto de Setúbal, e o seu destino era o Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL), em Loures, mais precisamente um armazém deste centro logístico.
O MP sustentou que os arguidos “providenciaram pelo transporte de 95 caixas de bananas” que tinham misturadas 300 embalagens de cocaína com o peso de 301,367 quilogramas desde o MARL até Caldas da Rainha.
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A droga tinha como destino uma sociedade na Bélgica, criada por um dos arguidos usando outra identidade.
A droga apreendida "era suficiente para o fabrico de, pelo menos, 1.244.462 doses individuais diárias e destinava-se a ser consumida por outros tantos milhares de cidadãos europeus".
O seu valor era de, "pelo menos, 9.041.010 euros".
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Fonte: noticiasaominuto
09/09/2025 14:20