STF já espera aumento da pressão política de Trump na semana final do julgamento de Bolsonaro Corte reage a sanções e recados do presidente dos EUA; especialistas destacam que manifestações externas não alteram decisões jurídicas no país Brasília|Luiza Marinho*, do R7, em Brasília LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA Produzido pela Ri7a – a Inteligência Artificial do R7 O STF (Supremo Tribunal Federal) iniciou o julgamento do núcleo crucial da tentativa de golpe de 8 de janeiro reforçando o discurso de defesa da soberania nacional, em um momento marcado por tensões diplomáticas e comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
Durante a abertura da análise, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que “a coragem institucional e defesa à soberania nacional fazem parte do universo republicano” e garantiu que a Corte “não aceitará coações ou obstruções no exercício de sua missão constitucional”.
As falas foram interpretadas como um recado direto ao presidente norte-americano Donald Trump e a seus aliados, que, nos últimos dias, voltaram a criticar instituições brasileiras.
Jason Miller, ex-assessor de Trump, reagiu nas redes sociais após a sessão do STF.
“Observado.
🔍 Detalhes Importantes
E seria sensato que o STF e Moraes soubessem que os Estados Unidos não negociam com terroristas”, publicou.
Juristas ouvidos pelo R7 acreditam que o efeito de Trump é mais político que jurídico.
Leia mais Reações de Trump podem impactar a longo prazo Para Ricardo Inglez de Souza, especialista em Comércio Internacional e Direito Econômico, a soberania do Estado brasileiro é a garantia central contra pressões externas.
📊 Informação Complementar
“O STF é um órgão jurisdicional e, como tal, deve atuar interpretando a Constituição e a legislação conforme os fatos apresentados em cada processo.
Essa função o blinda, em tese, de pressões externas — sejam internas ou internacionais”, avaliou.
Na visão do jurista, as manifestações de Trump não têm impacto jurídico imediato, mas podem ganhar peso se forem seguidas de sanções concretas.
“As declarações do presidente Trump, por si só, não têm consequência prática real.
Se houver aplicação de retaliações a autoridades brasileiras, aí sim poderá haver repercussões mais significativas”, disse.
Gabriel Huberman Tyles, advogado criminalista, também destaca o caráter simbólico das falas de Trump.
“O STF busca passar a mensagem de que o Brasil é soberano e que o Judiciário não cederá a pressões políticas externas.
O apoio de Trump pode ser utilizado politicamente por réus e aliados, mas juridicamente não tem qualquer peso”, afirmou.
Moraes endurece tom Ao ler o relatório da denúncia contra Bolsonaro e outros sete réus, Moraes classificou a tentativa de golpe como “covarde e traiçoeira”, criticou a busca por um “Estado de exceção” e rejeitou a tese de anistia.
“A impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação”, declarou, ressaltando que as provas serão analisadas “acima de qualquer dúvida razoável”.
Sem citar diretamente, o ministro também respondeu às sanções impostas pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky, que miraram seu nome.
“Lamentavelmente, no curso dessa ação penal, se constatou a existência de condutas dolosas e conscientes de uma verdadeira organização criminosa (…) com a finalidade de tentar coagir o Poder Judiciário e submeter o funcionamento da Corte ao crivo de outro estado estrangeiro”, afirmou.
O julgamento está previsto para prosseguir a partir de terça-feira (9) e a expectativa é de que Trump continue com pressão no campo político e diplomático.
Perguntas e Respostas
Qual é o contexto do julgamento no STF?
O STF (Supremo Tribunal Federal) está julgando a tentativa de golpe do 8 de Janeiro, enfatizando a defesa da soberania nacional em meio a tensões diplomáticas e comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
O que disse o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes?
O ministro Alexandre de Moraes afirmou que a coragem institucional e a defesa da soberania nacional são fundamentais e garantiu que o STF não aceitará coações ou obstruções em sua missão constitucional.
Qual é a opinião de especialistas sobre o impacto das declarações de Trump?
Juristas acreditam que o efeito de Trump é mais político do que jurídico.
Ricardo Inglez de Souza destacou que a soberania do Brasil é uma proteção contra pressões externas e que as manifestações de Trump não têm impacto jurídico imediato, a menos que sejam seguidas de sanções concretas.
Como o ministro Moraes classificou a tentativa de golpe?
O ministro Moraes chamou a tentativa de golpe de “covarde e traiçoeira”, criticou a busca por um “Estado de exceção” e rejeitou a ideia de anistia, afirmando que a impunidade e a covardia não são opções para a pacificação.
O que o ministro disse sobre as sanções impostas pelos Estados Unidos?
Moraes se referiu às sanções impostas pelos Estados Unidos, afirmando que houve condutas dolosas de uma organização criminosa que tentou coagir o Poder Judiciário e submeter o funcionamento da Corte a outro estado estrangeiro.
Quando está previsto o prosseguimento do julgamento?
O julgamento está previsto para continuar a partir de amanhã (9), e há expectativa de que Trump mantenha a pressão no campo político e diplomático.
*Sob supervisão de Bruna Lima
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Fonte: r7
08/09/2025 08:29