A área interna do Cemitério Bosque da Paz foi dominada por duas cores na manhã desta quinta-feira (11): o branco, utilizado pelos familiares de Welson Figueiredo Macedo, 28 anos, que foi morto em uma ação policial na última terça-feira (9), e o azul, da farda de dezenas de colegas do funcionário terceirizado da Embasa que apareceram para o seu sepultamento.
Antes do sepultamento, cerca de 40 veículos de funcionários da Bel Cabula, empresa onde Welson trabalhava, fizeram uma carreata para protestar contra a sua morte. Nas ruas, um colega, que preferiu não se identificar, fez forte desabafo. “Poderia ser qualquer um de nós aqui porque eles matam e nada acontece. A gente enterra, chora e nada acontece. Não pode ficar assim, não vamos aceitar essa mentira sobre Welson. Ele não merecia morrer e não merece ter a honra manchada assim”, falou o colega.
Ao falar em mentira, o funcionário se referia a versão da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) sobre as circunstâncias da morte de Welson. Segundo a PM, agentes da 47ª CIPM faziam rondas na região e verificaram três homens praticando roubos em motocicletas. A PM afirma ainda que houve troca de tiros com os suspeitos no fim de linha de Castelo Branco e um deles, que seria Welson, foi atingido.