Bas Dost concedeu uma extensa entrevista à edição desta sexta-feira do jornal neerlandês AD, na qual tornou pública a decisão de colocar um ponto final na carreira, aos 36 anos de idade, quase dois anos depois daquele que foi o último jogo da carreira, no qual marcou e deu a marcar, revelando-se determinante para a vitória do NEC Nijmegen sobre o AZ Alkmaar, por 1-2, antes de cair inanimado no relvado.
Este encontro teve lugar a 29 de outubro de 2023, e, desde então, o internacional pelos Países Baixos lutou, até aos limites, para conseguir voltar a pisar os relvados, a nível oficial.
No entanto, a miocardite que 'teimou' em não desaparecer obrigou-o a 'pendurar as chuteiras': "Isso estava a deixar-me louco.
A expetativa era de que a inflamação desaparecesse, passados seis meses".
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"Em dezembro [de 2023], pensava que seria capaz de regressar, na temporada seguinte [de 2024/25], mas, em março, fiz um exame que foi dramático.
A inflamação estava quase totalmente de volta.
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Isso foi uma chapada na cara (…).
O conselho que me deram foi para ir com calma, mas isso é difícil, quando tens dois filhos.
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A parte mais difícil foi não ser o pai que queria ser.
Se o meu filho mais velho corresse pelo jardim, não conseguia persegui-lo.
Achei isso absolutamente horrível", confessou.
Foi então que, já a 1 de abril do presente ano de 2025, um novo exame recebeu, finalmente, a notícia por que tanto aguardava: “Quando esperas durante tanto tempo por aquele momento, e o cardiologista diz que a inflamação desapareceu – e não vai voltar – é um sentimento incrível.
Foi muito emotivo para nós".
"Pensei 'O que é que quero fazer, agora?'.
Estava fora da ação há um ano e meio, e estava um caco, do ponto de vista atlético.
Ainda assim, disse para mim mesmo 'Se começar a recuperar forma, agora, posso estar numa posição melhor, em agosto'.
Um regresso ao futebol teria sido possível, mas teria de fazer todos os possíveis para que isso acontecesse", explicou.
"Deixaram-me correr na passadeira, o que foi muito bom.
Isto, até receber uma chamada do cardiologista, em junho.
'Algo' tinha sido detetado durante um exercício.
Esse momento mudou tudo.
Pensei 'Eu não quero isto'.
Não quero colocar a minha vida em risco.
Pensei nisso, durante duas semanas, e, depois, tomei esta decisão", completou.
“Podia ter ido para o Dubai ou algo do género…” Natural de Deventer, nos Países Baixos, Bas Dost deu os primeiros passos no mundo do futebol ao serviço do FC Emmen, seguindo-se passagens por Heracles Almelo, Heerenveen e Wolfsburgo, clube que, no verão de 2016, acabaria por vendê-lo ao Sporting, a troco de uma verba próxima dos 12 milhões de euros.
Em Alvalade, o internacional neerlandês assinou os melhores números da carreira, somando 93 golos ao cabo de 127 jogos oficiais, tendo acabado por partir para o Eintracht Frankfurt, em 2019 (um ano após a invasão a Academia de Alcochete, durante a qual chegou mesmo a ser agredido, com um cinto na cabeça).
Daí, foi para Club Brugge, Utrecht e NEC Nijmegen, onde deu a carreira por terminada.
"Eu poderia ter ido para o Dubai ou algo do género, mas optei por desfrutar.
Foi por isso que voltei à Eredivisie.
Estávamos a construir algo ótimo, no NEC, e estava, na altura, a começar a entrar no ritmo", lamentou.
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Fonte: noticiasaominuto
26/09/2025 07:13