"A questão da demissão ou não demissão do presidente da Câmara de Lisboa é um assunto da vida partidária, e eu aí não entro.
A minha preocupação é com a segurança dos portugueses, como é que foi possível esta tragédia e o que é que vai ser feito para impedir que tragédias como estas voltem a repetir-se”, respondeu aos jornalistas António José Seguro no final de um encontro com o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas.
Na opinião do candidato presidencial, "os portugueses têm direito à verdade e têm direito ao apuramento das responsabilidades".
"E, sobretudo, têm direito a respostas para perguntas tão simples.
🔍 Detalhes Importantes
Como é que o sistema de travagem não funcionou?
Como é que as inspeções são feitas nas zonas que não são visíveis que são objeto de investigação diária?
Nós precisamos destas respostas e precisamos destas respostas já", exigiu.
Questionado sobre se não faria sentido discutir as responsabilidades políticas, Seguro concordou, mas remeteu para os partidos essa discussão por considerar que não lhe compete a si como candidato presidencial.
🧠 Análise da Situação
"Eu volto a dizer que a minha preocupação é com a segurança dos portugueses.
Se o Presidente da República entende que deve entrar nesse debate, é um entendimento dele.
O meu entendimento é diferente", respondeu, quando questionado sobre as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa de domingo.
O Presidente da República afirmou que o autarca de Lisboa, Carlos Moedas, tem “responsabilidade política” sobre o acidente no elevador da Glória, mas considera que não faz sentido falar em demissão a um mês de eleições.
Para Seguro, é preciso ter confiança cada vez que se entra num transporte público ou se passa numa ponte e "a segurança dos portugueses é uma das obrigações principais do Estado".
"Em relação a esta tragédia há perguntas para as quais não há resposta.
📊 Informação Complementar
Já se percebeu que a causa terá tido origem numa zona que não é visível pela inspeção diária que era feita.
Então e essa inspeção a essa zona não visível era feita com que periodicidade?
Qual é que foi a última vez que foi feita?
Quem é que tinha essa responsabilidade?", perguntou.
Outra pergunta para a qual o ex-líder do PS quer resposta tem a ver com o sistema de travagem, que "foi acionado, mas não funcionou".
"Diz-se no pré-relatório que nunca funcionaria e só agora é que descobriram isso?
Foi preciso haver uma tragédia para chegar a esta situação?
Tem que haver responsabilidades, quais eram os organismos, quais eram os responsáveis?
Morreram 16 pessoas", apelou.
Na opinião de Seguro "estas perguntas precisam de respostas e não se pode estar à espera um ano ou seis meses" para que elas apareçam uma vez que têm que ser dadas "em tempo útil".
"Os portugueses têm direito à verdade e só a verdade é que gera confiança.
Este é o meu foco como candidato a Presidente da República, o resto eu deixo para os partidos", enfatizou.
O elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou na quarta-feira, causando 16 mortos e duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades.
O Governo decretou um dia de luto nacional, nesta quinta-feira.
O elevador da Glória é gerido pela Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.
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Fonte: noticiasaominuto
08/09/2025 08:26