Três torcedores do Valencia foram condenados pela Justiça espanhola nesta segunda-feira, 10, por ataques racistas direcionados ao atacante brasileiro do Real Madrid, Vini Jr., durante uma partida entre as duas equipes pelo Campeonato Espanhol na temporada passada. Eles foram sentenciados a oito meses de prisão, além de receberem a pena de dois anos sem frequentar estádios de futebol e terem que pagar multas.
Javier Tebas, presidente da La Liga, celebrou a decisão judicial: “É uma excelente notícia para a luta contra o racismo na Espanha, pois repara os danos sofridos por Vinicius Jr. e envia uma mensagem clara para aqueles que frequentam estádios de futebol para insultar, de que a Liga irá identificar, denunciar, e haverá consequências penais para eles”, afirmou em comunicado.
Vini Júnior foi alvo de racismo na Espanha em 21 de maio do ano passado, no estádio Mestalla. Durante o segundo tempo da partida, parte da torcida do Valencia, que enfrentou e venceu o Real Madrid por 1 a 0, proferiu insultos racistas contra o jogador brasileiro, levando à interrupção do jogo pelo árbitro devido às ofensas.
No final da partida, o brasileiro, impactado pela situação, acabou sendo expulso após um desentendimento com o atacante Hugo Duro, durante o qual ele acertou o braço do adversário. Embora inicialmente tenha recebido apenas um cartão amarelo, a arbitragem o expulsou após revisar o lance pelo VAR.
A atitude racista gerou indignação no Real Madrid, com o técnico Carlo Ancelotti dedicando toda sua coletiva de imprensa para abordar o caso após o jogo. A polêmica se intensificou quando o presidente da La Liga, Javier Tebas, criticou Vinicius por ter reclamado da postura da entidade diante dos casos de racismo.
Essa não foi a primeira vez que Vini Jr. enfrentou discriminação racial na Espanha. No ano anterior, ele testemunhou em um processo judicial após ser alvo de insultos racistas por parte de um torcedor do Mallorca em fevereiro.
Dias após o incidente, a direção do Valencia prometeu identificar e banir os torcedores responsáveis pelos ataques racistas contra o jogador. O clube afirmou que a polícia local havia identificado os culpados e que eles seriam proibidos de frequentar o estádio.
“Reiteramos nosso compromisso contra o racismo, agindo com a mesma determinação que em 2019, quando banimos um torcedor que fez gestos e saudações fascistas contra torcedores do Arsenal, em uma partida da Liga Europa”, declarou o clube espanhol na época.