O que Zelensky e delegação de líderes europeus em peso querem de Trump em reunião na Casa Branca Presença de vários líderes europeus ao lado de presidente da Ucrânia em reunião em Washington nesta segunda-feira indica a importância do evento para o continente, que tenta passar recados a Trump.
É bem possível que a reunião marcada para esta segunda-feira (18/8) na Casa Branca seja mais crucial para o futuro da Ucrânia — e para a segurança de toda a Europa — do que foi a cúpula EUA-Rússia da sexta-feira passada, no Alasca.
À primeira vista, a reunião entre Vladimir Putin e Donald Trump pareceu comprovar todas as expectativas que se tinha: não houve cessar-fogo, nem sanções, nem grandes anúncios.
Estariam a Ucrânia e a Europa prestes a serem excluídas de um acordo arquitetado a portas fechadas pelas duas maiores potências nucleares do mundo?
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Aparentemente não — se a Ucrânia e seus parceiros conseguirem impedir isso.
A presença do premiê do Reino Unido, Keir Starmer, do presidente da França, Emmanuel Macron, do chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, e de outros líderes ao lado do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em Washington vai além da tentativa de que ele não seja novamente emboscado no Salão Oval, como aconteceu em 28 de fevereiro.
Os líderes europeus estão determinados a incutir em Donald Trump duas coisas.
Primeiro, que não pode haver acordo de paz para a Ucrânia sem o envolvimento direto da Ucrânia.
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E, segundo, que o acordo deve ser apoiado por garantias de segurança "rígidas".
Acima de tudo, os líderes europeus querem que o presidente dos EUA veja a Ucrânia e a Europa como uma frente unida.
E querem garantir que Trump não seja influenciado por sua óbvia afinidade pessoal com Vladimir Putin a ceder às exigências dos russos.
Nesse ponto, as habilidades diplomáticas do premiê britânico, Keir Starmer, serão testadas.
Trump gosta de Starmer e o ouve.
E dentro de um mês Trump fará uma visita de Estado ao Reino Unido.
Ele também gosta de Mark Rutte, o secretário-geral da aliança militar Otan, que estará presente — e que às vezes é chamado de "Encantador de Trump".
O presidente dos EUA parece ter menos apreço pelo presidente Macron.
A Casa Branca criticou duramente sua intenção recente de reconhecer incondicionalmente um Estado palestino na próxima Assembleia Geral da ONU.
Para que um acordo de paz na Ucrânia tenha alguma chance de funcionar, alguém precisará ceder.
Líderes europeus têm dito frequentemente que as fronteiras internacionais não podem ser alteradas por força.
Já Zelensky tem afirmado repetidamente que não abrirá mão de território e que a Constituição da Ucrânia proíbe isso.
Mas Putin quer a região do Donbas, onde suas forças já controlam cerca de 85% do território, e ele não tem absolutamente nenhuma intenção de devolver a Crimeia.
No entanto, como me disse certa vez a ex-primeira-ministra da Estônia e agora vice-presidente da Comissão Europeia e mais alta diplomata do bloco, Kaja Kallas, uma vitória da Ucrânia nesta guerra não precisa ser pautada exclusivamente pela reconquista de territórios ocupados.
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Se a Ucrânia conseguir obter o tipo de garantia de segurança prevista pelo artigo 5 da Otan, suficiente para dissuadir qualquer futura agressão russa e salvaguardar sua independência como um Estado livre e soberano, isso já seria uma forma de vitória.
O Artigo 5 da Otan prevê que um ataque a um país-membro é considerado um ataque a todos.
Os EUA e a Rússia estariam discutindo agora uma proposta que, de forma geral, troca território ucraniano por garantias de segurança de que o país não precisará ceder mais à Rússia.
Mas ainda há muitas dúvidas.
A Ucrânia poderia aceitar um acordo que encerra a guerra, mas lhe custa território — especialmente quando tantos milhares de ucranianos morreram tentando protegê-las?
Se lhe for pedido que ceda os 30% restantes da região de Donetsk que a Rússia ainda não ocupou, isso deixaria o flanco oeste, em direção a Kiev, perigosamente exposto?
E quanto à tão alardeada "Coalizão dos Dispostos" de Starmer — o que eles fariam pela Ucrânia?
As conversas anteriores sobre o envio de dezenas de milhares de soldados para lutar na Ucrânia se dissiparam.
Agora, fala-se mais em "proteger os céus e os mares", ajudando a Ucrânia a reconstruir seu exército.
Mas mesmo que a paz se estabeleça no campo de batalha, ainda estamos em território perigoso.
Todos os especialistas militares com quem conversei acreditam que, no momento em que os combates cessarem, Putin reconstituirá seu exército e fabricará mais armas para estar em condições de, talvez em apenas três ou quatro anos, conquistar mais território.
Fonte: terra
18/08/2025 11:38