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O livro que dividiu o mundo

7 de agosto de 2025
in Brasil, EDUCAÇÃO, ENTRETENIMENTO
Home Brasil
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O livro que dividiu o mundo Nova e parruda edição de ‘O Capital’, de Marx, recoloca em circulação uma das obras mais influentes, citadas e atacadas da história Ele é, provavelmente, o livro mais comentado e menos lido de todos os tempos.

Um monumento de 2 384 páginas e 2 kg em sua nova, vermelha e robusta edição, recém-publicada pela Ubu.

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Uma obra que se propôs a revolucionar o modo de entender o maior sistema socioeconômico vigente até hoje e, junto ao seu autor, inspirou outras revoluções, nem sempre bem-sucedidas, tempos depois.

O Capital, do alemão Karl Marx (1818-1883), veio à lume com seu primeiro volume em 1867, sendo profusamente reeditado e enxertado nas edições publicadas posterior ou postumamente.

É daqueles clássicos que, mais de 150 anos depois de sair, continuam sendo cobrados em cursos universitários, dando origem a teses acadêmicas, mobilizando planos políticos, estampando camisetas, sendo xingados (agora nas redes)… A questão é que, inúmeras vezes, fala-se mais do mito – seu autor virou adjetivo, pai de uma teoria e de um movimento – e das interpretações e apropriações do catatau do que do seu conteúdo em si.

Eis, então, uma oportunidade – para os corajosos ou interessados que se dispõem a tomar fôlego e tempo para encará-lo – de travar contato direto com os três tomos de uma obra que, como entrega seu subtítulo, buscou fazer a “crítica da economia política”.

O Capital
O Capital não é leitura fácil e acolhedora.

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Em primeiro lugar, é preciso penetrar a lógica e o vocabulário articulados por Marx até chegar a suas análises históricas, sociológicas e filosóficas – mais prazerosas, ao menos para este jornalista e leitor.

“Só aqueles que não temem a fadiga de galgar escarpas abrutas é que têm a chance de chegar a cimos luminosos”, adverte o próprio autor em um prefácio à edição francesa de 1872.

Marx parte de uma revisão dos pensadores liberais que enxergavam o modus operandi capitalista dos séculos XVIII e XIX como o modelo econômico com o qual a natureza havia dotado a humanidade.

Ele desmonta essa ideia, defendendo que esse sistema é circunscrito a leis e momentos históricos.

Para deslindar suas teses, o alemão de origem judia faz uma anatomia minuciosa do metabolismo social – ele próprio emprega metáforas e comparações com a biologia.

Ou seja, expõe como a sociedade passou a converter o trabalho – no sentido mais abstrato e gelatinoso do termo – em mercadoria, dinheiro e depois capital… E investiga, com base em suas observações da sociedade inglesa (a mais industrializada de sua época) e dos apontamentos de outros autores, as metamorfoses que consolidaram um sistema que ultrapassa fronteiras nacionais.

O calhamaço de Marx, portanto, traça um grande diagnóstico.

Muito embora fale de luta de classes e bote o dedo em problemas no seio desse mecanismo, não oferece prescrições para sarar ou expurgar o capitalismo.

Não se trata da “bíblia do comunismo”, como desavisados podem pensar, nem se vê aqui a mesma pegada de manuscritos como o Manifesto Comunista, escrito ao lado do parceiro Friedrich Engels (1820-1895), o editor do ambicioso O Capital.

Contudo, no imaginário, esta e outras obras do homem, com seu séquito de defensores e detratores, ajudaram a dividir o mundo.

Em ideias, partidos e lutas políticas.

O ponto é que O Capital, como atesta a didática introdução do pesquisador Fernando Rugitsky, citando outro especialista em Marx, o britânico David Harvey, não desvela só o processo econômico em si, mas o meio histórico e o caldo cultural do qual ele se alimenta: “Shakespeare, os gregos, Fausto, Balzac, Shelley, contos de fadas, lobisomens, vampiros e poesia, encontramos tudo isso em suas páginas, ao lado de inúmeros economistas políticos, filósofos, antropólogos, jornalistas e cientistas políticos’”.

E, em diversos momentos, transborda, com estilo, o vasto interesse e conhecimento do autor, como no trecho: “A sociedade moderna, que já na sua infância arranca Plutão das entranhas da terra pelos cabelos, saúda no Graal de ouro a encarnação resplandescente do seu princípio vital mais próprio”.

A nova e esmerada edição da Ubu é baseada na tradução de Regis Barbosa e Flávio Kothe supervisionada por Paul Singer, vem recheada de notas (do próprio autor e dos tradutores e comentadores) e traz as esclarecedoras apresentações de Rugitsky, hoje professor da University of West of England Bristol, na Inglaterra.

Ela mesma convertida em mercadoria, com box à venda por R$ 459,00, é a prova de que, sob louvores ou ataques, o sistema que se propôs a eviscerar segue aí… E de que obras que dividem opiniões e chacoalham a história sobrevivem – ainda que nem sempre devidamente lidas.

Com a palavra, Fernando Rugitsky.

Pensando nos leigos, nos desavisados e nos enviesados, o senhor poderia resumir o que O Capital é… E o que ele não é?

O Capital é um dos pontos mais altos da cultura moderna.

Um livro que leva adiante os legados do que havia de mais avançado no pensamento ocidental em meados do século XIX.

O historiador Eric Hobsbawm argumentou que, com esse livro, Marx tornou-se o herdeiro principal dos filósofos e economistas clássicos.

Como escrevi na introdução da nova edição: “É difícil pensar em uma obra semelhante em termos de ousadia, abrangência e riqueza de detalhes.

Ela combina um esforço conceitual extenso e rigoroso com reconstruções históricas inovadoras e minuciosas.

Marx efetivamente buscou articular o conjunto do pensamento que o antecedeu, levando adiante suas contribuições”.

O objetivo principal do livro é compreender a lógica e a dinâmica das sociedades capitalistas e, por essa razão, ele é considerado uma referência fundamental mesmo por muitas pessoas que não se identificam com o projeto político de Marx.

O livro não é, como às vezes alguns imaginam, uma discussão sobre o socialismo ou sobre a política anticapitalista.

Qual seria o legado mais urgente da obra nestes tempos de domínio de big techs, ascensão chinesa e guerras comerciais?

Acho que essa nova edição é especialmente bem-vinda por três motivos.

Primeiro: porque o livro ainda oferece uma das mais poderosas teorias para compreendermos as sociedades em que vivemos.

Segundo: em uma época em que o discurso de extrema-direita tem aproveitado o sofrimento das pessoas para atacar bodes expiatórios, Marx oferece uma excelente vacina ao mostrar que os problemas que enfrentamos são causados por uma forma de dominação impessoal.

Não se trata, segundo ele, de responsabilizar esse ou aquele grupo, mas de colocar em questão a própria forma como organizamos nossas sociedades.

Terceiro: em um momento em que jovens sofrem cada vez mais com depressão e desesperança, O Capital pode oferecer uma perspectiva de futuro, ao destrinchar os limites das sociedades capitalistas e as tendências que apontam para além delas.

Nesse sentido, Marx foi visionário?

Evidentemente, ele não aborda em O Capital fenômenos que vieram à tona muito depois, como as big techs, a ascensão chinesa e os conflitos comerciais atuais.

Mas sua forma de interpretação da dinâmica capitalista, ao enfatizar os mecanismos que empurram a acumulação de capital para se expandir e impor sua lógica de funcionamento sobre áreas cada vez maiores da vida, antecipou uma série de desdobramentos das sociedades em que vivemos e segue sendo uma forma poderosa de interpretar muitos aspectos do presente que têm sua origem justamente nessa lógica.

O Capital faz, digamos, um grande diagnóstico do sistema capitalista.

Em que medida já contempla certas “prescrições terapêuticas” ao modelo socioeconômico?

O foco do livro é mesmo compreender o modo de produção capitalista.

📊 Informação Complementar

E uma de suas contribuições principais é argumentar que se trata de um modo de produção histórico, isto é, que surgiu em um certo momento, de um certo modo e que não tende a existir para sempre.

Afinal, a história das sociedades humanas é marcada pela ascensão e pelo declínio de uma série de outros modos de produção.

Um dos principais esforços realizados por Marx no livro foi justamente criticar a economia política clássica (representada por Adam Smith e David Ricardo, principalmente) por naturalizar as sociedades capitalistas, como se elas fossem uma culminação natural de certas propensões humanas.

Além disso, em algumas partes do livro, Marx apresenta uma análise histórica minuciosa para argumentar que as lutas das classes trabalhadoras por melhores condições de trabalho, maiores salários e jornadas mais curtas são inerentes à dinâmica das sociedades capitalistas e garantiram o cumprimento (mesmo que parcial) de algumas promessas não cumpridas dos ideais iluministas.

Não são exatamente prescrições terapêuticas, mas sem dúvida balizas para a ação política.


Fonte: veja

07/08/2025 15:05

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