O Concurso Nacional Unificado, também conhecido como ‘Enem dos Concursos’, não ocorrerá mais no próximo domingo, 5, como inicialmente planejado. A ministra Esther Dweck, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, confirmou essa informação durante uma coletiva realizada na tarde desta sexta-feira, 3.
Dweck explicou que o adiamento se deve às fortes chuvas que assolam o Estado do Rio Grande do Sul. “Hoje chegamos à conclusão de que seria impossível realizar a prova no Rio Grande do Sul, devido aos locais de prova afetados, à impossibilidade de garantir a segurança durante a aplicação dos exames e ao risco à vida das pessoas envolvidas no processo”, afirmou.
O temporal que atingiu o RS desde segunda-feira afetou pelo menos 235 municípios, resultando em 31 mortes, 74 desaparecidos, 56 feridos e mais de 17 mil desalojados até o momento.
“A antecipação garante que todos os inscritos façam a prova em condições equitativas, assegurando um concurso respaldado juridicamente”, enfatizou a ministra.
Quanto à nova data para a realização do exame, Dweck admitiu que, no momento, não há segurança logística para determiná-la. Também não foram fornecidas informações sobre os custos envolvidos no adiamento, pois é necessário avaliar a possibilidade de reutilizar as provas já preparadas e os processos logísticos necessários.
Segundo informações de uma fonte do governo à comentarista Vera Magalhães, os argumentos humanitários, políticos e o risco de judicialização do certame foram determinantes na decisão de adiamento, apesar das discordâncias iniciais.
O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação, chegou a mencionar que o eventual adiamento teria um custo de R$ 50 milhões, ressaltando a fragilidade jurídica de uma suspensão exclusiva no Rio Grande do Sul, onde 86 mil pessoas estavam inscritas em dez cidades, algumas delas em situação de emergência.
O compromisso do governo é garantir que ninguém seja prejudicado, especialmente os 21 mil inscritos no RS que não estão nas cidades onde ocorrerá o concurso, incluindo os que estão em áreas de emergência ou com bloqueios de acesso.
O Ministério Público Federal (MPF) solicitou esclarecimentos ao governo sobre a realização das provas diante da situação de catástrofe no território gaúcho, indagando sobre os motivos da suspensão e as providências para os candidatos do estado, caso a decisão de manter o concurso fosse mantida.