Na ONU, Israel acusa Irã de ter tentado matar Netanyahu e Trump Israel e Irã trocam acusações em reunião tensa no Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito entre os dois países atualizado Compartilhar notícia Representantes diplomáticos de Israel e Irã trocaram acusações durante reunião tensa do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas nesta sexta-feira (20/6). No encontro emergencial convocado pelo Irã, o representante israelense, Danny Danon, acusou os líderes iranianos de defenderem publicamente a erradicação de Israel e de terem agido para tentar matar o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, e também o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ofensiva israelense contra o Irã – Depois de diversas ameaças, Israel lançou, na semana passada, o que chamou de “ataque preventivo” contra o Irã. O foco da operação foi o programa nuclear iraniano. – Desde então, israelenses e iranianos têm trocado bombas e acusações. A reunião desta sexta, no Conselho de Segurança da ONU, busca evitar a escalada do conflito, mas um cessar-fogo parece distante. – Em pronunciamento no último sábado (14/6), o premiê Benjamin Netanyahu afirmou que a ofensiva deve continuar. Ele prometeu ataques contra todas as bases iranianas. – Até o momento, relatos indicam que parte do programa nuclear já foi afetada pelos ataques. Danos maiores, no entanto, dependem de bombas – ou da participação direta – dos EUA, o que tem sido solicitado pelo governo de Israel. “Por anos, o seu líder supremo tem defendido a destruição do Estado de Israel e dos EUA. Como você se atreve a mandar cinco cartas a este conselho pedindo esta sessão para pedir apoio à comunidade internacional? Como se atreve a pedir apoio contra as consequências de sua agenda genocida? Não tem vergonha?”, disparou Danon contra o representante do Irã, Amir-Saeid Iravani, que havia falado antes e acusado Israel de crimes de guerra. Antes, na mesma reunião, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que se “dê uma chance à paz”, mas o que se seguiu foi uma forte disputa entre os demais representantes diplomáticos. O embaixador da Rússia, Vasily Nebenzya, acusou os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a França e a Alemanha de disseminarem a “invenção infundada” de que o Irã planejava construir armas nucleares. Já a representante dos EUA, Dorothy Camille Shea, classificou o Irã como a “principal fonte de instabilidade e terror no Oriente Médio, com capacidade para produzir uma arma nuclear”. Em seguida, trocaram farpas os representantes de Irã e Israel. “Senhor Iravani, o senhor não é uma vítima. O senhor nem sequer é um diplomata. O senhor é um lobo fingindo ser diplomata, e nós já cansamos de fingir o contrário”, disse Danny Danon. “Seu governo tentou o assassinato do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e tentou o assassinato do presidente Trump”, disse, sem apresentar detalhes ou evidências. “Não pedimos desculpas por nos defendermos. Não pedimos desculpas por atacar as instalações nucleares do Irã. Não pedimos desculpas por neutralizar a ameaça”, seguiu o israelense. O que disse o iraniano Já Amir-Saeid Iravani enfatizou, em seu discurso, o número de civis vítimas dos ataques israelenses ao país, exibindo, em determinado momento, fotos de crianças iranianas mortas nos bombardeios. “Pelo menos duas mulheres grávidas e seus bebês ainda não nascidos foram mortos no mesmo dia em que Israel atacou a emissora nacional Irib durante uma transmissão ao vivo”, disse Iravani na ONU. Segundo o embaixador iraniano, os ataques israelenses são “graves violações do direito internacional”. “Se o conselho não agir agora, enviará a mensagem de que o direito internacional e as resoluções se aplicam seletivamente. Se o regime de não proliferação entrar em colapso, este conselho compartilhará a responsabilidade com o regime israelense”, afirmou o representante iraniano.
Fonte: metropoles
20/06/2025 15:21