A Moody’s manteve o rating em Aa3, correspondente a uma consideração de ‘dívida de boa qualidade’, depois de a Fitch, em 12 de setembro, e a S&P Global, na semana passada, o terem descido em um nível para A+, referente a uma ‘dívida de qualidade média superior’.
Para justificar a decisão de baixar a perspetiva, a Moody’s argumentou com o “aumento do risco de a fragmentação do panorama político do país continuar a prejudicar o funcionamento das instituições legislativas francesas”.
Como detalhou em comunicado, “esta instabilidade política corre o risco de obstaculizar a capacidade do governo para enfrentar desafios políticos-chave, como o elevado défice orçamental, o aumento do peso da dívida e o agravamento duradouro dos custos de financiamento, que podem provocar um enfraquecimento mais rápido dos principais indicadores orçamentais da França do que esperado”.
🌍 Contexto e Relevância
As divisões políticas também aumentam, considerou a agência de rating, “o risco de se produzir uma reversão permanente das disposições-chave das reformas estruturais adotadas, em particular a das pensões, em 2023″, com o que, aliás, o primeiro-ministro, Sébastian Lecornu, já se comprometeu.
"Se a suspensão desta reforma e prolongar além de alguns anos, vai agravar os desafios orçamentais do governo e afetar negativamente a taxa de crescimento potencial da economia", adiantou a Moody's.
Sobre a decisão de manter a nota, em vez de a baixar, a agência explicou-a com "a significativa força económica da França" e a sua economia "rica e diversificada".
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Para a Moody’s, “a solidez das finanças das famílias e das empresas, em como a robustez do setor bancário, contribuem para a estabilidade macroeconómica e a capacidade da economia para absorver as crises.
Além disso, a França conta com instituições públicas muito competentes, e bemque a solidez do quadro institucional esteja a ser posta à prova".
No texto, aponta-se também que “a sustentabilidade da dívida vai-se debilitar progressivamente, se bem que partindo de níveis sólidos, à medida que a dívida emitida a taxas muito baixas vença e tenha de se refinanciar a custos mais elevados”.
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Em reação, o ministro das Finança francês, Roland Lescure, assinalou nas redes sociais que a decisão da agência demonstra “a necessidade absoluta de construir um caminho para um compromisso orçamental”.
No texto que distribuiu, Lescure disse que “o governo continua decidido a manter o objetivo de défice de 5,4% do PIB anunciado para 2025 e continuar uma ambiciosa trajetória de redução do défice para voltar a colocá-lo abaixo dos 3% do PIB em 2029, sem deixar de preservar o crescimento”.
A avaliação da Moody's foi divulgada no meso dia em que começou a ser discutido na Assembleia Nacional o projeto de orçamento para 2026, apresentado por Lecornu.
Sem maiorias claras, Lecornu está forçado a procurar apoios à esquerda e à direita.
Nesta parte do espetro político, os socialistas reclamam aumento de impostos sobre as grandes fortunas e Lecornu, para os satisfazer e não votarem a favor das moções de censura que foram apresentadas, já acedeu a suspender a polémica reforma das pensões de 2023.
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Fonte: noticiasaominuto
24/10/2025 19:35











