Com boné ‘anti-Trump’, Lula pede ‘frente de batalha’ contra filho de Bolsonaro Presidente diz que Brasil não é subalterno e não aceita desaforo e petulância de ninguém Lula criticou Eduardo Bolsonaro, chamou-o de “traidor” e pediu “frente de batalha” política, condenando ações dos EUA enquanto defendeu a soberania do Brasil e abordou temas como tarifas, conflitos globais e relações internacionais.
Em meio ao tarifaço dos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da reunião ministerial desta terça-feira, 26, com um boné azul em que estava escrito “O Brasil é dos brasileiros”, uma provocação ao americano Donald Trump — conhecido pelo boné vermelho do “Make America Great Again”.
Ministros também usavam o boné, que tem sido vestido por governistas desde o início do ano.
Lula também frisou que o Brasil não é subalterno nem aceita "petulância de ninguém".
📊 Fatos e Dados
O presidente brasileiro ainda chamou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de “traidor” e pediu uma “frente de batalha” no campo da política contra o parlamentar, que está nos Estados Unidos e tem atuado em prol das tarifas contra o Brasil.
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Inscreva-se no canal do Terra “O que está acontecendo hoje no Brasil com a família do ex-presidente e com o comportamento do filho dele nos Estados Unidos é possivelmente uma das maiores traições que uma Pátria sofre de filhos seus”, disse Lula, na abertura da reunião com os ministros, em Brasília.
"Não existe nada que possa ser mais grave que uma família inteira ter um filho custeado pela família.
🌍 Contexto e Relevância
Um cidadão que já devia ter sido expulso da Câmara dos Deputados insuflando com mentiras e com hipocrisias um outro Estado contra o Estado Nacional do Brasil.
Isso é inexplicável.
Nós vamos ter que fazer disso uma frente de batalha no campo da política, não do governo, para que a gente possa fazer com que esse País seja respeitado".
Lula ainda disse não conhecer, na história do Brasil, algum momento em que “um traidor da Pátria teve a insensatez de mudar para um país que ele está adotando como Pátria, negando sua Pátria, e tentando insuflar o ódio de alguns governantes americanos contra o povo brasileiro”.
"Isso é inaceitável.
E é importante que cada ministro faça questão de retratar a soberania desse País.
Nós aceitamos relações cordiais com o mundo inteiro, mas não aceitamos desaforo, ofensas e petulância de ninguém", acrescentou o presidente.
‘Trump tem agido como imperador’ Segundo o chefe do Executivo, outro assunto que está na pauta da reunião com os ministros é a postura dos Estados Unidos que, segundo Lula, “tem agido como se fosse o imperador do planeta Terra”.
"É uma coisa descabida, mas ele continua fazendo ameaças ao mundo inteiro.
Ontem à noite, ele publicou nas redes dele uma nota ameaçando que quem mexer com as big techs deles vai sofrer as consequências.
[…] Nós somos um país soberano, temos uma Constituição e quem quiser entrar nesses 8,5 milhões de quilômetros quadrados, no nosso espaço aéreo, no nosso espaço marítimo, na nossa floresta tem que prestar contas a nossa Constituição e a nossa legislação”, comentou.
O presidente disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, estão à disposição 24 horas por dia para negociar, sobretudo na questão comercial.
"Estamos dispostos a sentar na mesa em igualdade de condições.
O que não estamos dispostos é sermos tratados como subalternos.
Isso não aceitamos de ninguém", pontuou.
Lula ainda destacou que o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), vai fazer uma viagem para o México para descobrir o potencial de relação entre o país com o Brasil e afirmou que a guerra da Ucrânia e Rússia e os ataques à Faixa de Gaza também serão debatidos.
“Temos a continuidade do genocídio na Faixa de Gaza, todo dia tem uma novidade, todo dia mais gente morre, todo dia crianças que estão com fome aparecem na mídia, e são assassinadas como se estivessem em guerra.
A fragilidade do mundo é tão grande que ninguém toma atitude.
Por isso, nós estamos há muito tempo reivindicando essa questão na mudança da ONU para que tenha alguém que pare um genocídio como esse, evite uma guerra, o que não temos hoje.” Visto de Lewandowski Lula aproveitou a reunião para prestar solidariedade ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que teve o visto revogado pelo governo Trump.
📊 Informação Complementar
"Gesto irresponsável dos Estados Unidos de caçar o seu visto.
A verdade é que eles estão deixando de receber uma personalidade da sua competência, da sua capacidade, eu acho que é vergonhoso para eles e não para você.
Você deve ter orgulhoso do que você fez para que os caras tivessem tanto ódio do Brasil para que chegassem a suspender o visto do nosso Ministro da Justiça.
Atitudes inaceitáveis", declarou o presidente.
Tarifaço de Trump é injusto, diz Alckmin Durante a reunião, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, também afirmou que é injusta a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros impostas pelo governo dos Estados Unidos e disse que foca em medidas pontuais para ‘preservação do emprego’.
"Quero destacar a injustificada medida americana, extremamente injusta e a disposição do presidente Lula ao diálogo permanente para a gente corrigir essa questão.
Enquanto isso, medida focada, pontual, temporária de apoio às empresas e preservação do emprego."
Fonte: terra
26/08/2025 12:39