Leila Pereira não vai demitir Abel.
Eliminação para o Corinthians.
E muito menos palavrões da torcida mudam convicção da presidente.
Nem técnico pede para sair.
Não agora…
A expulsão infantil de Aníbal Moreno, aos 14 minutos, sabotou o Palmeiras.
O Corinthians venceu por 2 a 0, em pleno Allianz Parque.
E está classificado para as quartas da Copa do Brasil.
Torcedores xingaram e Abel ironizou.
Com palmas
Antes da partida decisiva, houve um estranho e agressivo aquecimento psicológico para os torcedores antes do jogo.
Felipe Melo foi entrevistado por funcionários do Palmeiras.
E as imagens e som, retransmitidos nos telões.
Ele foi claro.
E premonitório.
“É coração quente e faca nos dentes.
“É para ter raiva dessa po…
mesmo”
Estava se referindo ao Corinthians.
Foi aplaudido de pé.
Mas veio o jogo, a derrota.
E o alvo das arquibancadas passou a ser outro.
Houve duas fases nos selvagens xingamentos a Abel, no Allianz Parque, durante a derrota por 2 a 0 para o Corinthians.
Eles nasceram no setor dar organizadas do Palmeiras.
“Ei Abel, vá tomar no…” foi o primeiro coro.
E dominou o estádio todo, contagiou os torcedores comuns.
Aí, veio outro.
“Abel vá se fo…
O meu Palmeiras não precisa de você.”
Desta vez os palmeirenses não organizados passaram a vaiar o coro das organizadas.
Os torcedores comuns sabem que o Palmeiras segue precisando do treinador.
Assim como Leila Pereira.
O blog entrou em contato com conselheiros ligados à presidente.
E ela ficou irritada com nova queda para o maior rival.
Mas nem pensa em demitir Abel Ferreira.
E muito menos o treinador.
Ele vai seguir, ao menos até dezembro, quando acaba seu contrato.
Perguntado sobre os palavrões e sua reação, bater palmas, Abel foi estratégico na resposta.
“Registrei, ouvi e em momento algum ironizei.
Sempre pedi apoio, é o que espero mesmo em momentos difíceis.
📊 Informação Complementar
Perdemos um jogo contra um rival, pouco ou nada ganhou.
“E agora cabe a nós família palmeirense, não era(palmeirense) mas aprendi a ser.
Tenho sentimentos e emoções e realmente pedi apoio aos nossos torcedores.
Em momento nenhum ironizei.”
Abel apelou para um velho truque de treinadores.
Negar a realidade, apostando no ‘jornalismo declaratório’, ou seja, só porque ele disse, todos são obrigados a esquecer o que viram.
E ele foi irônico com suas palmas diante dos xingamentos que recebeu.
Mas palavrões e palmas não puderam desviar o foco do óbvio.
Inflados pela derrota na semana passada, em Itaquera e provocados pelas organizadas palmeirenses, que ofereceram cestas com Nutella, na véspera do jogo decisivo pelas oitavas da Copa do Brasil, mais a perda do Paulista, o time de Abel cometeu um pecado mortal.
Entrou para guerrear e não para jogar.
As entradas eram duras demais.
A irritação com os corintianos era acima do tom.
E Martínez usou de esperteza ao provocar o Aníbal Moreno.
O volante agiu como um juvenil, fazendo o que o corintiano queria.
O argentino de 26 anos deve ter acreditado que estava em uma partida da Libertadores da década de 60.
Não na Copa do Brasil em 2025.
Cercado de câmeras, deu uma cabeçada violentíssima, e muito mal dada, no venezuelano.
Cartão vermelho, aos 14 minutos de jogo.
Palmeiras sabotado, ficou com um jogador a menos.
E ainda um profundo corte no próprio supercílio direito.
“Nós, no momento de adrenalina e da raiva, passamos do limite.
Foi isso que aconteceu, infelizmente.”
Lógico que Abel estava se referindo ao gesto tolo de Aníbal Moreno.
Com dez jogadores, o Palmeiras não conseguiu se livrar da fortíssima marcação articulada por Dorival Júnior, com seu time atuando no 4-1-4-1.
Sosa é um bom jogador.
Mas não tem nem 10% do talento de Estêvão.
Facundo Torres também está muito abaixo de Paulinho.
Assim como Richard Ríos deixou saudade imensa, que Lucas Evangelista não consegue matar.
Maurício precisava, desesperadamente, de outro meia para articular, organizar os ataques, não teve.
Com 11, o Palmeiras já encontraria enormes dificuldades, por seus previsíveis cruzamentos da intermediária, com dez, ficou tudo pior.
Vitor Roque era o único jogador que buscava romper com o óbvio, apelando para os dribles e truculência, ao mesmo tempo.
Giay e Piquerez estavam vigiados.
O Palmeiras lutou, mas o Corinthians fez o que planejou.
Travar a partida e, eventualmente, aproveitar falhas do rival.
E a maior demonstração de falta de concentração, de agonia palmeirense, veio nos dois momentos decisivos do confronto.
Nos dois gols do Corinthians, nascidos com a bola parada, dando mais do que tempo para os defensores se postarem.
Aos 42 minutos do primeiro tempo, Garro cobrou, Gustavo Henrique ajeitou de cabeça e Bidu marcou.
O gol desmanchou as esperanças verdes.
No intervalo, Abel Ferreira errou feio.
Tirou Vitor Roque e Facundo Torres.
O ‘centroavante’ não deveria ter saído, era o melhor do Palmeiras.
E Facundo era veloz.
O treinador colocou o volante Emiliano Martínez, para tentar equilibrar a luta nas intermediárias.
Além da entrada de Flaco López para tentar uma cabeçada ao acaso.
Já que os cruzamentos era a saída vista por Abel, que ele colocasse Flaco, mas mantivesse Vitor Roque.
Tudo acabou de vez para o Palmeiras aos 12 minutos do segundo tempo, com cobrança de falta de Garro.
Desta vez, Gustavo Henrique decidiu não ajeitar.
Mas cabecear para as redes palmeirenses.
A bola encobriu Micael e Piquerez.
A bola, traiçoeira, desviou no uruguaio e tirou Weverton da jogada.
2 a 0.
O gol foi a senha para os palavrões contra Abel.
O jogo estava no fim, mas deu tempo para Emiliano Martínez ser expulso, por pisar em Romero.
Selvageria desnecessária.
Abel usou as palmas para ironizar quem o xingava.
Mas a Copa do Brasil acabou para ele e para o Palmeiras.
Ele seguirá com emprego.
Disputará a Libertadores e o Brasileiro até o fim.
A chance de não renovar seu contrato, depois de dezembro, é enorme.
Mas agora ele seguirá trabalhando.
E recebendo 500 mil euros mensais, R$ 3,1 milhões.
A tendência é de que em janeiro, ele saia.
Talvez nem ganhando a Libertadores e o Brasileiro ele fique.
Os palavrões que ouviu ontem no Allianz Parque são incentivos para ir embora.
Na coletiva contida, após o jogo, havia a falta de brilho.
De entusiasmo ou vontade de reconstrução.
Abel Ferreira está desgastado.
Mas não será demitido.
Leila não enxerga futebol no Palmeiras sem o técnico português…
Fonte: r7
07/08/2025 05:36