Pensa Povo
domingo, setembro 7, 2025
  • MUNDO
  • ESPORTE
  • ECONOMIA
  • POLÍTICA
  • ENTRETENIMENTO
  • JUSTIÇA
  • CURSOS
  • EMPREGOS
No Result
View All Result
  • MUNDO
  • ESPORTE
  • ECONOMIA
  • POLÍTICA
  • ENTRETENIMENTO
  • JUSTIÇA
  • CURSOS
  • EMPREGOS
No Result
View All Result
Pensa Povo

Ideias

1 de julho de 2025
in Brasil, ENTRETENIMENTO, POLÍTICA
Home Brasil
0
SHARES
Share on FacebookShare on Twitter

Movimentos pelo “forró autêntico” tentam conter a descaracterização das festas juninas do Nordeste

Movimentos pelo “forró autêntico” tentam conter a descaracterização das festas juninas do Nordeste

RELATED POSTS

Em SP, Tarcísio pressiona Motta por “anistia ampla” e ataca “tirania” de Moraes. Siga ao vivo

Perdeu o fio à meada? Eis os resultados da 1.ª eliminatória da Taça

Quando a cidade de Patos apresentou a programação oficial da Festa de São João deste ano, uma das mais conhecidas da região, a Associação dos Forrozeiros da Paraíba divulgou uma nota de repúdio contestando a grade de atrações do evento e exortando o forró tradicional.

Na abertura da manifestação escrita, uma pergunta: “A Paraíba deixou de ter artistas da arte forrozeira?”

As atrações principais da programação de Patos eram as duplas sertanejas Henrique e Juliano e Bruno e Marrone.

Dentre os convidados estava ainda o cearense Wesley Safadão, um dos maiores nomes do forró eletrônico, gênero surgido em Fortaleza na década de 1990, com a popularização da banda Mastruz com Leite.

No Nordeste, o forró considerado autêntico é aquele eternizado por Luiz Gonzaga, tendo como elementos-base a sanfona, a zabumba e o triângulo.

O forró eletrônico, subgênero do autêntico, incorporou efeitos sonoros, teclados e dançarinos.

🌍 Contexto e Relevância

“Nada contra nenhum estilo, mas a gente vê a inundação de sertanejo, do funk, da axé e até da música eletrônica nas festas de São João”, diz Alexandre Pé de Serra, cantor e compositor com 25 anos de carreira e dez álbuns gravados, e presidente da Associação dos Forrozeiros da Paraíba.

Ele conta que a entidade tem dialogado com secretários de Cultura dos municípios sobre a valorização do forró autêntico: “O turista de fora vem para o Nordeste para ver a nossa cultura, não o modismo”.

No Vale do Jiquiriçá foi criado, este ano, o Movimento dos Forrozeiros Raiz da Bahia.

Seu idealizador, Ednaldo Santana Forrozeiro, diz que, de dez anos para cá, caiu muito a presença de artistas do chamado forró pé de serra nos festejos.

“Isso é uma falta de sensibilidade cultural dos contratantes e gestores públicos”, afirma.

Amargosa, no Vale do Jiquiriçá, é considerado um dos municípios baianos mais representativos do forró autêntico.

Um mês antes do início dos festejos juninos, o movimento entregou uma carta ao governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, alertando para a situação e cobrando a valorização dos artistas locais nos eventos.

Um dos pedidos era para que eles fossem priorizados pela Superintendência de Fomento do Estado (Sufotur) nas festas de São João.

Embora critique a presença de outros gêneros em detrimento dos ritmos tradicionais, Ednaldo não torce o nariz para as bandas de forró eletrônico.

“A gente chama de ‘forró de plástico’.

Não é forró autêntico, mas é forró.”

O pesquisador e crítico de música José Teles explica que o forró, nos anos 1980, formou uma nova geração de forrozeiros, como Jorge de Altinho, Maciel Melo e Petrúcio Amorim.

“Embora tenha feito muito sucesso, esse pessoal ficou preso ao modelo antigo do mercado”, avalia.

Cabe observar aqui que a indústria fonográfica passou por uma grande transformação a partir dos anos 1990 – com a pirataria de CDs e, depois, a música digital – e, desde então, os shows foram se tornando a principal fonte de renda dos artistas.

Teles lembra que, naquela época, empresários de forró eletrônico passaram a controlar emissoras e programas de rádio no Nordeste, para divulgar seu cast.

“O forrozeiro autêntico ficou preso em vender o CD.

Não tinha a mesma estrutura das bandas de forró eletrônico, que foram conquistando público”, explica ele.

Segundo o pesquisador, a nova geração acha que o forró eletrônico tocado hoje é o forró tradicional, pois este fica restrito, em geral, aos palcos secundários das grandes festas juninas, como as de Campina Grande e Caruaru.

Em Pernambuco, há um Projeto de Lei que estabelece porcentual mínimo a ser aplicado na contratação de artistas locais

Os defensores do forró autêntico são unânimes ao afirmar que as festas de São João estão se transformando em grandes festivais com diferentes gêneros musicais, em que as tradições estão sendo deixadas de lado – como trios de forró, cirandeiros e quadrilhas juninas.

Além disso, há uma preferência dos municípios por atrair multidões com artistas de expressão nacional, em detrimento de prestigiar a cultura local.

O Movimento em Defesa dos Sanfoneiros e Trios Pé de Serra de Pernambuco, criado em 2024, pressiona os deputados da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) a defender a garantia de espaço para eles nos festejos públicos.

Desde 2023 tramita na Casa um Projeto de Lei que regulamenta a destinação de recursos públicos para as festividades juninas e estabelece porcentual mínimo a ser aplicado na contratação de “artistas e conjuntos musicais que representem a cultura popular do gênero forró”.

O texto do PL descreve o “potencial” do forró como “gerador de emprego e renda para a população local”.

“Nessas festas, vem um cara de fora, que não tem nada a ver com a cultura raiz, e reúne 1 milhão de pessoas.

Infelizmente, grande parte gosta desses espetáculos”, diz Ruy Sarinho, um dos líderes desse movimento que visa também conscientizar os próprios forrozeiros.

“Um dos objetivos principais da criação desse grupo é conscientizar esse ­pessoal de que, sozinho, não se vai fazer nada.”

Manoel Felipe, que realiza festivais de sanfoneiros desde os anos 1980 no interior de Pernambuco, conta que Afogados da Ingazeira e São José do Egito, no Sertão do Pajeú, são exemplos de cidades que ainda preservam as tradições juninas.

“O que a gente quer é manter a essência”, destaca.

As festas juninas acontecem em todos os municípios do Nordeste, a partir de maio, estendendo-se até julho.

A descaracterização dos festejos não é nova, mas o fortalecimento dos movimentos que procuram contê-la parece ser.

•

Publicado na edição n° 1368 de CartaCapital, em 02 de julho de 2025.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘São João na fogueira’

Augusto Diniz
Jornalista há 25 anos, com passagem em diversas editorias.

Foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu.

Nós não.

📊 Informação Complementar

O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa.

A denúncia das injustiças importa.

Importa uma democracia digna do nome.

Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos.

Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando.

Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo


Fonte: cartacapital.com.br

01/07/2025 12:31

ShareTweet

Related Posts

Em SP, Tarcísio pressiona Motta por “anistia ampla” e ataca “tirania” de Moraes. Siga ao vivo

by Iago
7 de setembro de 2025

Em SP, Tarcísio pressiona Motta por “anistia ampla” e ataca “tirania” de Moraes. Siga ao vivo Manifestantes bolsonaristas ocupam a...

Perdeu o fio à meada? Eis os resultados da 1.ª eliminatória da Taça

by Iago
7 de setembro de 2025

A primeira eliminatória da Taça de Portugal está quase encerrada. A decorrer deste o passado dia 30 de agosto, a...

Líder supremo do Irão apela ao aumento da produção petrolífera do país

by Iago
7 de setembro de 2025

"A produção petrolífera do país, cuja importância para a economia é evidente, é baixa. Os nossos métodos de produção petrolífera...

‘Não seremos colônia de ninguém’, diz Lula em recado aos EUA

by Iago
7 de setembro de 2025

'Não seremos colônia de ninguém', diz Lula em recado aos EUA Presidente fez pronunciamento pelo 7 de setembro e criticou...

Quem vai e quem não vai ao ato bolsonarista de 7 de Setembro na Paulista?

by Iago
7 de setembro de 2025

Quem vai e quem não vai ao ato bolsonarista de 7 de Setembro na Paulista? O ato do mês passado...

Next Post

Opinião do GLOBO

Com aval da AGU, Lula vai ao STF para manter decreto de aumento do IOF

TRENDING

Brasil

Em SP, Tarcísio pressiona Motta por “anistia ampla” e ataca “tirania” de Moraes. Siga ao vivo

7 de setembro de 2025
Ciência

Perdeu o fio à meada? Eis os resultados da 1.ª eliminatória da Taça

7 de setembro de 2025
EDUCAÇÃO

IA usada para prever riscos sísmicos numa caldeira vulcânica italiana

7 de setembro de 2025
ENTRETENIMENTO

Líder supremo do Irão apela ao aumento da produção petrolífera do país

7 de setembro de 2025
Brasil

‘Não seremos colônia de ninguém’, diz Lula em recado aos EUA

7 de setembro de 2025
PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com
No Result
View All Result
  • Inicio
  • POLÍTICA
  • MUNDO
  • TECNOLOGIA
  • SAÚDE
  • ECONOMIA
  • ENTRETENIMENTO
  • SEGURANÇA
  • JUSTIÇA
  • Carnaval
  • VIDA E ESTILO

© 2024 Pensa Povo.

Este site utiliza cookies. Ao continuar a utilizar este site, você está dando consentimento para o uso de cookies. Visite nossa Política de Privacidade e Cookies.