A Polícia Civil de São Paulo detalhou a investigação que levou à prisão de Maicol Sales dos Santos, um dos suspeitos da morte da adolescente Vitória Regina de Sousa, 17. Segundo as autoridades, além do carro de Maicol ser encontrado próximo ao local do crime, contradições em depoimentos e supostas ameaças a testemunhas fizeram com que o rapaz fosse preso temporariamente.
As informações foram divulgadas pelo diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro) Luiz Carlos do Carmo, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 10.
Maicol foi detido na tarde de sábado, 8, quando teve a prisão temporária expedida pela Justiça. Ele passou por audiência de custódia no domingo, 9, e teve a prisão mantida.
Na entrevista, o diretor reiterou que Maicol é ‘um dos autores que praticou essa barbárie’: “Já podemos afirmar que tem provas testemunhais que não deixam dúvidas de que ele estava próximo ao local do crime”.
“Nós temos o depoimento da esposa, com quem ele falava que estava naquele momento, que ele tinha dormido na sua residência com a sua esposa. Foi provada a mentira dele. A esposa dele falou que ele não dormiu, que ela dormiu na casa da mãe dela. Isso já descartou a versão dele”, afirmou Luiz Carlos.
O delegado apontou que, na ocasião do crime, vizinhos testemunharam uma ‘movimentação diferente, anormal, com gritos’ na casa do suspeito: “E não foi um só, foram vários vizinhos que fizeram seu depoimento, inclusive com ameaças dele para que mudassem sua versão”.
Ainda na coletiva, o delegado destacou que a polícia não investiga Carlos Alberto Souza, pai da adolescente, apontado como suspeito no Domingo Espetacular, da TV Record. O jornalístico informou que Carlos Alberto entrou na mira da investigação por suposto ‘comportamento atípico e contradições em depoimento’. A defesa dele aponta a referida decisão como ‘absurda’.
Relembre o caso
A jovem Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, estava desaparecida há uma semana quando foi encontrada morta em Cajamar (SP), na última quarta-feira, 5.
No dia de seu desaparecimento, Vitória enviou áudios para uma amiga informando a presença de dois homens suspeitos durante o trajeto em um ônibus (ela desembarcou no ponto e iria andando para casa).
Após a troca de mensagens com a amiga, a adolescente desapareceu na noite do dia 26. O primeiro suspeito do caso foi o ex-namorado da vítima, Gustavo Vinicius; a polícia identificou incongruências em seus depoimentos.
Além de Gustavo Vinicius, mais seis pessoas foram apontadas como suspeitas do caso e mais de onze testemunhas foram ouvidas.
Três veículos foram apreendidos pela polícia e periciados, para auxiliar as investigações com provas. “As investigações do caso seguem pela Delegacia de Cajamar, que realiza diligências para identificar os envolvidos e esclarecer os fatos”, informou a Polícia Civil em nota.
A investigação ainda aguarda os resultados de exames periciais para determinar se a adolescente foi vítima de violência sexual e se o sangue, encontrado no carro de um dos suspeitos, era dela.
A Polícia Civil ainda busca esclarecer o dia exato em que Vitória morreu: “Temos as provas testemunhais que já ajudaram muito e temos as provas técnicas que vão chegar. Demos um grande passo com a prisão do Maicol, um dos autores que praticou essa barbárie”, afirmou o diretor do Demacro.