A ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, assegurou, esta terça-feira, que o Governo vai trabalhar para que haja uma “recuperação” das áreas afetadas pelo grande incêndio que deflagrou em Arganil e adiantou que será feita uma reestruturação do modelo de gestão das área protegidas, nomeadamente através da reorganização do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Em declarações aos jornalistas após uma visita à Serra do Açor e Mata da Margaraça, fortemente afetas pelas chamas, a ministra foi questionada sobre a possibilidade de o Governo estar agora a vender sonhos, algo que a governante recusou.
"Espero que não.
💥 Impacto e Consequências
Vamos fazer para que seja uma realidade.
Fazer uma renaturalização destas zonas, uma recuperação destas zonas e também olhar para o modelo de gestão das áreas protegidas, ter um modelo de maior proximidade, ter mais técnicos no terreno”, apontou, frisando assim a necessidade de ter pessoas em permanência nestas áreas “durante todo o ano”.
“Uma grande reorganização do ICNF para que ele esteja mais nos locais perto das zonas protegidas e também uma gestão mais simples e mais eficiente, principalmente para as grandes zonas e parques naturais de grande dimensão, ter um diretor do parque”, acrescentou, referindo que o objetivo é começar pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês.
🧠 Análise da Situação
Interrogada sobre o que falhou para que o fogo consumisse uma área tão grande, a ministra recusou "fazer uma análise ao combate dos incêndios".
Contudo, "no meio de tanta tristeza", destacou um "ponto positivo": "As casas, todas as habitações, todas as empresas, foram protegidas", disse.
Note-se que o incêndio que deflagrou em Arganil no dia 13 apresenta a maior área ardida de sempre em Portugal, com 64 mil hectares consumidos, segundo o relatório provisório do ICNF.
🔄 Atualizações Recentes
O incêndio que começou no Piódão, no concelho de Arganil (distrito de Coimbra), e que entrou em resolução no domingo, ao fim de 11 dias, apresenta uma área ardida de 64.451 hectares.
O relatório, com a última atualização de área ardida feita no domingo, confirma que este incêndio apresenta a maior área ardida de sempre em Portugal desde que há registos, ultrapassando a anterior marca do fogo que começou em Vilarinho, no concelho da Lousã, em outubro de 2017, que tinha atingido 53 mil hectares.
O incêndio que começou em Arganil afetou também os concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Castelo Branco, Fundão e Covilhã (Castelo Branco).
Neste ano, de acordo com o relatório do SGIF, já arderam cerca de 250 mil hectares.
O incêndio que começou em Freches, Trancoso, no dia 09, terá consumido 49.324 hectares e é o segundo maior deste ano e o terceiro maior incêndio de sempre em Portugal.
Já o incêndio com a terceira maior área ardida deste ano, segundo o relatório do SGIF consultado pela Lusa, era o de Sátão, com 13.769 hectares, que se juntou ao de Trancoso, formando um complexo que afetou 11 municípios dos distritos de Viseu e da Guarda.
Freixo de Espada à Cinta (11.697 hectares), os dois incêndios do Sabugal (10.539 e 10.403), um outro incêndio em Trancoso que começou no dia 14 (8.673), Guarda (7.151) e Vila Real (6.007) estão também na lista dos 10 maiores incêndios deste ano, todos estes ocorridos em agosto.
Na lista dos 10 maiores fogos, regista-se apenas um incêndio em julho, em Ponte da Barca (7.164), pode ler-se no relatório consultado pela Lusa.
De acordo com o relatório provisório do SGIF, Guarda, Viseu e Castelo Branco são os distritos com mais área ardida.
Covilhã (20.257), Sabugal (18.726) e Trancoso (17.239 hectares) são os concelhos mais afetados pelos incêndios em relação à área ardida, seguindo-se Sernancelhe, Mêda, Arganil e Penedono, todos municípios com mais de 10.000 hectares ardidos.
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Fonte: noticiasaominuto
26/08/2025 12:37