Fóssil de 1,5 milhão de anos lança luz sobre a saída dos humanos da África Reconstrução do rosto de um ancestral humano encontrado na Etiópia indica que a evolução e as primeiras migrações foram mais complexas do que se imaginava A reconstrução do rosto de um ancestral humano que viveu há cerca de 1,5 milhão de anos, no que hoje é a Etiópia, trouxe novas pistas sobre como os primeiros humanos começaram a deixar a África e se espalhar por outras regiões do planeta.
O fóssil pertence à espécie Homo erectus, considerada a primeira do nosso gênero a ocupar áreas da Ásia e da Europa.
O estudo, publicado na revista científica Nature Communications, apresenta a reconstrução virtual quase completa do crânio de um indivíduo conhecido como DAN5.
🔍 Detalhes Importantes
Trata-se do conjunto mais detalhado desse período já obtido no Chifre da África, uma região-chave para entender a origem da humanidade.
O que esse rosto antigo revela?
O fóssil foi encontrado no sítio arqueológico de Gona, no nordeste da Etiópia, uma área rica em vestígios da evolução humana.
🌍 Contexto e Relevância
O crânio não estava inteiro.
Por isso, os pesquisadores reuniram fragmentos do rosto, dentes e da parte superior da cabeça, escavados ao longo de diferentes campanhas de pesquisa.
Para montar o rosto, a equipe usou escaneamentos em alta resolução e reconstruiu as peças em ambiente digital, como um quebra-cabeça tridimensional.
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O processo levou cerca de um ano e passou por várias revisões até chegar à versão final.
O resultado revelou algo inesperado.
Embora o DAN5 seja classificado como Homo erectus, seu rosto apresenta traços mais antigos, comuns a espécies humanas anteriores.
Em termos simples, ele combina características consideradas mais “modernas” no cérebro com um rosto largo e dentes grandes, algo que os cientistas não esperavam encontrar juntos nesse período.
Por que isso muda o que se sabia sobre a evolução humana?
Até recentemente, muitos pesquisadores defendiam que o Homo erectus teria adquirido suas principais características fora da África, depois de migrar para outros continentes.
A nova reconstrução sugere um cenário mais complexo: essas transformações podem ter ocorrido dentro da própria África, de forma gradual e diferente entre populações.
Isso indica que, há 1,5 milhão de anos, humanos com aparências distintas coexistiam, mesmo pertencendo à mesma espécie.
Em vez de uma evolução em etapas bem definidas, o que emerge é um processo mais irregular, com combinações variadas de traços físicos.
Os humanos migraram antes de ter um corpo “moderno”?
📊 Informação Complementar
O estudo também reforça a ideia de que o comportamento humano avançou antes do corpo.
O DAN5 viveu em um período em que os humanos já fabricavam ferramentas de pedra simples e mais elaboradas, associadas a formas diferentes de uso do ambiente.
Isso sugere que a capacidade de explorar novos territórios, incluindo as primeiras migrações para fora da África, não dependia necessariamente de um corpo já totalmente “moderno”, mas de adaptações graduais ao longo do tempo.
Para os pesquisadores, no entanto, o fóssil não fecha a questão sobre a origem do Homo erectus, mas ajuda a mostrar que a história das primeiras migrações humanas foi mais diversa do que se imaginava.
Novas descobertas, especialmente de fósseis com idades entre 1 e 2 milhões de anos, devem ajudar a esclarecer como diferentes populações humanas se relacionavam e evoluíam.
Fonte: veja
17/12/2025 08:05











