Flávio defende privatizações, corte de impostos e se apresenta como ‘Bolsonaro mais moderado’ Em entrevista à Reuters, senador cita desinvestimentos nos Correios e na Petrobras e tenta reduzir resistência do setor financeiro Brasília|Da Reuters LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA Produzido pela Ri7a – a Inteligência Artificial do R7 O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, em entrevista exclusiva à agência Reuters, que pretende trabalhar por um governo mais enxuto caso seja eleito presidente da República.
Entre as prioridades citadas estão o corte de impostos, a retomada de privatizações e a redução do tamanho do Estado, com menções diretas a possíveis desinvestimentos nos Correios e, em determinados segmentos, na Petrobras.
Na primeira entrevista concedida a um veículo internacional desde o anúncio de sua pré-candidatura, o filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro buscou se apresentar como uma alternativa mais moderada dentro do campo conservador.
Segundo ele, a proposta passa por reformas orientadas por critérios econômicos, deixando em segundo plano disputas culturais.
“Eu me considero, de verdade, um Bolsonaro mais centrado.
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Sempre tive um perfil mais moderado, mais ponderado”, declarou o senador, durante a conversa em seu gabinete em Brasília.
A pré-candidatura ganhou força após o endosso do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso para cumprir pena de 27 anos sob acusação de liderar uma tentativa de golpe para reverter o resultado das eleições de 2022.
Ampliar diálogo com eleitores
Aos 44 anos, Flávio afirma querer preservar a influência política da família e, ao mesmo tempo, ampliar o diálogo com eleitores e agentes econômicos alinhados ao mercado.
Como exemplo de divergência pessoal em relação ao pai, citou a vacinação contra a Covid-19.
“Eu tomei duas doses da AstraZeneca, enquanto meu pai preferiu não se vacinar”, disse.
O anúncio de sua candidatura gerou reações cautelosas no mercado financeiro, com dúvidas sobre sua capacidade de derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nos últimos dias, o senador intensificou reuniões com banqueiros e empresários, com o objetivo de transmitir segurança e sinalizar continuidade da agenda econômica conduzida por Paulo Guedes no governo anterior.
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Segundo Flávio, as prioridades incluem equilíbrio fiscal, redução de gastos públicos, modernização do Estado e forte compromisso com a diminuição da carga tributária.
Ele reconheceu que parte do mercado esperava o apoio do ex-presidente ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visto como um nome mais moderado da direita.
Ainda assim, afirmou receber manifestações de apoio de eleitores que o veem como “o Bolsonaro que a gente sempre quis”.
Privatizações e setor privado
Ao detalhar propostas, Flávio mencionou diretamente os Correios, que enfrentam dificuldades financeiras e déficits recorrentes.
Também defendeu uma reavaliação da estrutura da Petrobras, com a possibilidade de desinvestimento em áreas específicas.
“A Petrobras é complexa demais.
Há extração, pesquisa, refino e distribuição.
É um conglomerado.
Precisamos analisar o que funciona e deve permanecer e o que pode ser privatizado para ganhar eficiência”, afirmou.
A defesa de maior participação do setor privado se estende ao mercado de aviação.
Para o senador, a baixa concorrência prejudica os serviços oferecidos no país.
“Hoje existem praticamente duas ou três companhias aéreas operando no Brasil.
Isso é muito pouco”, disse.
Embora ainda não tenha indicado um nome para chefiar a equipe econômica, Flávio afirmou manter diálogo com quadros ligados ao governo Bolsonaro.
Citou Paulo Guedes, o ex-presidente do BNDES Gustavo Montezano, o ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, o ex-ministro Adolfo Sachsida e Daniella Marques, ex-presidente da Caixa Econômica Federal.
Viagens e cenário eleitoral Mesmo diante de resistências iniciais, Flávio afirmou manter o compromisso com a disputa presidencial e descartou a possibilidade de Michelle Bolsonaro integrar a chapa como vice.
Pesquisas indicam desafios relevantes: o senador aparece cerca de 10 pontos percentuais atrás de Lula em simulações de segundo turno, além de enfrentar rejeição significativa entre eleitores contrários ao bolsonarismo.
Aliados do ex-presidente também manifestam dúvidas sobre sua força política.
Flávio, porém, destacou sua trajetória parlamentar e afirmou acreditar que maior exposição pública pode consolidar sua imagem como um candidato equilibrado.
Como parte da estratégia, o senador planeja uma série de viagens internacionais a partir de janeiro, com passagens previstas por Estados Unidos, Argentina, Chile, Israel, países do Oriente Médio e nações europeias, com foco na atração de investimentos.
Ele afirmou ainda que não há confirmação de encontros oficiais com autoridades norte-americanas, mas manifestou interesse em se reunir com o presidente Donald Trump e, em caso de vitória, recebê-lo na posse, em janeiro de 2027.
A agenda internacional está sendo articulada com apoio do irmão Eduardo Bolsonaro, que deixou o mandato de deputado após se mudar para os Estados Unidos.
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Fonte: r7
22/12/2025 17:29










