“Família metanol” está por trás de três casos de contaminação em SP
Em dois dos casos, as vítimas morreram.
No terceiro, um homem está cego e continua internado.
Família mantinha fábrica clandestina no ABC atualizado Compartilhar notícia A Polícia Civil concluiu, nesta sexta-feira (17/10), a segunda fase da operação que investiga os casos de contaminação por metanol em São Paulo e chegou ao núcleo familiar de Vanessa Maria da Silva.
Ela foi presa na última sexta-feira (10/10), ocasião em que a fábrica clandestina de bebidas de sua família foi fechada.
📌 Pontos Principais
Segundo as autoridades, o grupo criminoso composto pela mulher, o marido, o pai e o cunhado dela, entre outros colaboradores, foi diretamente responsável pela contaminação de pelo menos três pessoas em São Paulo.
Duas delas são Ricardo Mira e Marcos Antônio Jorge Junior, os dois primeiros óbitos confirmados por contaminação de metanol no Brasil, que ingeriram bebida contaminada no Torres Bar, na Mooca, zona leste da capital.
O terceiro caso de contaminação em que a polícia vê conexão com a família de Vanessa é de um rapaz que está cego e segue internado na UTI.
Ele bebeu o conteúdo de uma garrafa adulterada num bar chamado Nova Europa, no Planalto Paulista, na zona sul da cidade.
🔍 Detalhes Importantes
De acordo com a polícia, Vanessa e seus familiares compravam etanol em dois postos de combustíveis para adulterar as bebidas alcoólicas que vendiam.
O marido dela, inclusive, é apontado como uma “pessoa conhecida” no ramo de falsificação de bebidas.
Os postos estão localizados em Santo André e São Bernardo do Campo.
Segundo as investigações, eles não pertencem à mesma rede e não foram alvo da Carbono Oculto, operação da Polícia Federal que revelou um esquema de adulteração de combustíveis com metanol.
Para a polícia de São Paulo, não há evidências de participação do crime organizado nos casos de intoxicação no estado.
O marido e o pai de Vanessa já têm antecedentes criminais relacionados à falsificação de bebidas.
Apesar disso, a mulher é a única presa na operação que começou no dia 10 de outubro e terminou nesta sexta-feira.
A família contava com a ajuda de um garrafeiro no processo – transferências bancárias obtidas pela polícia comprovam que o suspeito comprou etanol em um dos postos investigados na operação.
Três endereços do garrafeiro foram alvo de mandados de busca e apreensão, assim como dois locais ligados ao seu irmão.
Além disso, pontos comerciais foram vistoriados pela polícia.
📊 Informação Complementar
Nesses lugares, houve apreensão “muitos materiais e insumos”, segundo a polícia.
A principal hipótese é de que a fábrica de Vanessa distribuiu bebida adulterada para os demais lugares que continham garrafas contaminadas.
A polícia ainda busca descobrir se há relação da “família do metanol” com os outros casos confirmados em São Paulo.
A família nega que sabia que estava comprando etanol batizado com metanol.
No entanto, segundo o delegado-geral, Artur Dian, ao comprar etanol para adulterar bebidas alcoólicas, o grupo assumiu o risco de matar alguém.
Número de intoxicações por metanol
– Foram registrados 90 casos de intoxicação no total, sendo 33 confirmados e 57 em investigação.
Foram descartados 339 casos.
– Há seis mortes confirmadas (três homens de 54, 46 e 45 anos), residentes na cidade de São Paulo, uma mulher de 30 anos de São Bernardo do Campo, um homem de Osasco de 23 anos, e um de Jundiaí de 37 anos.
– Os dados foram divulgados na quarta-feira (15/10) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-SP).
– De acordo com o Ministério da Saúde, no país, até o momento, há 148 notificações.
– São 41 casos confirmados e 107 em apuração.
– Outras 469 notificações foram eliminadas.
Fonte: metropoles
17/10/2025 18:17











