Essa é a maior bomba para o coração
Risco de infarto é três vezes maior para quem usa anabolizantes, revela pesquisa.
Entenda por que o atalho para o corpo perfeito pode ser uma cilada A conta pelo uso de esteroides anabolizantes, que, na maioria das vezes, visa apenas a conquista rápida do “corpo perfeito” é alta: três vezes mais risco de infarto; o triplo de chance de necessitar de angioplastia ou ponte de safena; 2,4 vezes mais probabilidade de trombose venosa profunda e embolia pulmonar; 2,2 vezes mais possibilidade de desenvolver arritmias; nove vezes mais risco de cardiomiopatia e 3,6 vezes mais casos de insuficiência cardíaca.
Sim, é uma bomba para o coração.
🌍 O Cenário Atual de veja
As conclusões são de um estudo da revista Circulation, publicação científica da American Heart Association (AHA), que aborda temas relacionados à saúde cardiovascular.
A pesquisa acompanhou 1.189 usuários de esteroides por 11 anos e comparou os resultados com quase 60 mil indivíduos da população geral.
A idade média dos que utilizavam a substância era de 27 anos.
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Os esteroides anabolizantes são hormônios androgênicos derivados, principalmente, da testosterona.
Ministrados preferencialmente por via injetável, promovem a divisão e o crescimento celular, resultando no desenvolvimento de diversos tipos de tecidos, especialmente músculos.
Por isso são tão populares entre aqueles que buscam um corpo atlético.
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Ao serem usados de maneira excessiva ou sem acompanhamento médico, podem causar danos ao sistema cardiovascular, como hipertrofia cardíaca.
Também aumentam a produção de glóbulos vermelhos, estimulando a formação de coágulos e, por consequência, desencadeiam trombose e infarto.
Alteração dos batimentos cardíacos e sobrecarga do sistema circulatório são outros agravos provocados pelo uso prolongado de anabolizantes.
Além disso, são responsáveis por alterações lipídicas – como o aumento nos níveis de triglicerídeos e colesterol total – e de disfunções vasculares e de coagulação, fatores que favorecem a trombose.
Os prejuízos ao sistema cardiovascular e, portanto, a propensão de doenças fatais continua vigente mesmo após a descontinuidade dessas drogas.
Custo & benefício
Vivemos em uma sociedade em que o culto a um padrão de beleza é uma realidade reforçada, inclusive, em redes sociais.
Esta espécie de pressão psicológica tende a criar insatisfação com a própria imagem e incita a procura desenfreada pela beleza estereotipada.
Vale lembrar que este mercado também é composto por atletas de alta performance, que apelam aos hormônios para se destacar em competições.
📊 Informação Complementar
A obsessão por resultados estéticos rápidos, o crescimento do setor fitness no Brasil e a venda irregular são algumas razões que justificam a popularização dos esteroides anabolizantes ainda que com todas as evidências dos malefícios que acarreta.
Para se ter uma ideia, o volume de vendas cresceu 45% entre 2019 e 2021, de acordo com dados da Anvisa.
Em 2023, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu a prescrição da substância para fins estéticos.
Porém, apesar de importante, a regra não é suficiente para inibir a utilização indiscriminada.
É necessário que órgãos de saúde intensifiquem campanhas de esclarecimento, alertando sobre os perigos que este “atalho” para a conquistar a boa forma ou o melhor desempenho esportivo acarretam.
O que é vendido como um “empurrãozinho” para conquistar objetivos físicos pode, literalmente, jogar o usuário ladeira abaixo, trazendo complicações irreversíveis ao coração.
* Diandro Mota é cardiologista e assessor científico para Tecnologia e Inovação da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo; Ricardo Pavanello é cardiologista e presidente do Congresso da SOCESP 2025
Fonte: veja
30/06/2025 10:33