Dólar sobe e Bolsa cai com “shutdown” do governo Trump e IR no Brasil Moeda americana subiu 0,11%, cotada a R$ 5,32, enquanto o Ibovespa caiu 0,49%, aos 145.517 pontos, com incerteza que dominou mercados atualizado Compartilhar notícia O tom de cautela marcou, nesta quarta-feira (1/10), os mercados de câmbio e ações no Brasil.
Na avaliação de analistas, o comportamento dos investidores foi resultado de incertezas que foram desde a paralisação (“shutdown”) do governo dos Estados Unidos à votação do projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil no Brasil.
Com isso, o dólar registrou alta de 0,11% frente ao real, cotado a R$ 5,32.
Como a variação foi relativamente pequena, na prática, houve estabilidade do câmbio.
🧠 Especialistas Analisam metropoles
Já o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), caiu 0,49%, aos 145.517 pontos.
O desempenho da moeda americana em relação ao real não foi tão distante do apresentado globalmente.
O índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta com seis divisas de países desenvolvidos (euro, iene, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço), recuava 0,06%, a 97.76 pontos, pouco antes das 17 horas.
“Shoutdown” de Trump No cenário internacional, o principal vetor dos mercados foi o “shutdown” do governo de Donald Trump, iniciado depois que não houve acordo entre democratas e republicanos para a aprovação do orçamento americano.
📌 Pontos Principais
Nesse caso, a incerteza ganhou corpo à medida que o mercado processou que a paralisação de áreas da administração pode afetar a divulgação de dados econômicos importantes.
Esse é o caso do “payroll”, que trata do mercado de trabalho, cuja veiculação dos dados é aguardada na sexta-feira (3/10).
O “payroll” é um dos dados mais relevantes sobre emprego nos EUA.
Ele é usado pelos agentes econômicos para calibrar as expectativas em relação a novos cortes de juros por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
A cada divulgação dos números, os mercados globais de câmbio e ações reagem de maneira imediata.
Economia fraca
Ainda assim, mais um dado sobre trabalho foi divulgado nesta quarta-feira nos EUA.
O setor privado americano fechou 32 mil vagas em setembro, a maior queda desde março de 2023, segundo informações da Automatic Data Processing (ADP).
A previsão era de uma abertura (e não fechamento) de 45 mil postos.
O número de vagas de agosto foi revisado para baixo.
Ele passou da criação de 54 mil para a eliminação de 3 mil.
Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o relatório ADP reforçou sinais de enfraquecimento da economia americana, o que derrubou o retorno sobre os títulos da dívida do país, os Treasuries.
“O movimento reduziu o apelo global da moeda e se refletiu na queda do índice DXY”, diz.
“No Brasil, o ainda elevado diferencial de juros (a diferença entre a taxa americana, com tendência de queda, e a Selic elevada, a 15% ao ano) reforça a atratividade do real no curto prazo.” Ibovespa Já o Ibovespa, que começou o dia em alta, virou para o campo negativo durante a manhã, puxado pela queda dos papéis de instituições financeiras, que têm grande peso no índice.
Às 16h15, por exemplo, as ações do Itaú caíam 1,79%; as do Bradesco, 1,90%; e as do Banco do Brasil, 1%.
O setor está na mira de uma emenda do projeto de lei do Imposto de Renda (IR), que deve ser votado nesta quarta-feira (1/10).
A medida aumenta a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) dos bancos com ganho anual de mais de R$ 1 bilhão.
Por outro lado, observa Marcelo Bolzan, sócio da The Hill Capital, alguns papéis reduziram o nível da queda do Ibovespa.
“A Vale vem subindo muito por conta de o presidente da companhia (Gustavo Pimenta) ter falado que a empresa voltará a ser a maior produtora de minério de ferro, posto que havia perdido há alguns anos”, afirma.
📊 Informação Complementar
“A Braskem também sobe com o Cade dando sinal verde para uma possível compra da empresa pelo investidor Nelson Tanure.”
Bolzan destaca, contudo, que, no geral, o dia foi de cautela.
“Dependendo do tempo da paralisação nos EUA, ela poderá trazer também impacto para o PIB americano”, diz.
“Tivemos o último shutdown no primeiro governo Trump, com 35 dias de paralisação e uma estimativa em torno de US$ 11 bilhões que se perderam em relação ao produto.
Os impactos vão depender do tempo de ‘shutdown’.” Neste momento de dúvida, acrescenta o analista, aumenta a procura por investimentos mais seguros como o ouro, que vem batendo máximas históricas.
Fonte: metropoles
01/10/2025 19:31