Do ritual formal ao churrasco na praia, como é a festa da ‘firma’ no mundo Tradição em todo o globo, os encontros corporativos surgiram na Inglaterra, no século XIX Hora de brindar as conquistas do ano, fortalecer os laços e promover a descontração da equipe – e de preferência, sem saias justas –, as tradicionais festas da “firma”, como conhecemos hoje, surgiram durante a Inglaterra Vitoriana (século XIX).
Naquele período, a novidade foi impulsionada pela Revolução Industrial e, em paralelo, pela literatura.
Enquanto surgiam grandes fábricas e as comunidades de trabalho tornavam-se mais formais, livros famosos da época, como “Um Conto de Natal” (1843), do romancista inglês Charles Dickens, mostravam empregadores organizando generosas festas anuais para seus aprendizes, servindo comida e bebida em um alegre ambiente.
No Brasil, o hábito de promover encontros corporativos, a cada fim de ano, ganhou força bem mais tarde, a partir da década de 1960.
Com a sua popularização acontecendo em momentos diferentes em cada país e com perfis díspares, as celebrações organizadas pelas empresas atualmente, no entanto, acontecem no mundo todo.
🌍 Contexto e Relevância
Enquanto por aqui o clima destas festas tende a ser descontraído e animado, com encontros em bares, restaurantes, casas de eventos ou dentro da própria empresa, em outras partes do planeta ele costuma envolver um ritual e ser mais formal, como no Japão.
Há ainda locais onde a comemoração é marcada por grande descontração, como na Nova Zelândia, quando colegas de trabalho e empregadores se reúnem em churrascos à beira-mar.
Um levantamento exclusivo, feito pela Sweet Secrets (empresa dona de um espaço de eventos corporativos em São Paulo), traçou o perfil destas festas da “firma” pelos seis continentes e concluiu que elas refletem diretamente como cada cultura enxerga o trabalho, as equipes e o encerramento de um ciclo.
“Acompanhamos de perto o que acontece em diferentes lugares do mundo e trazemos essas inspirações para o Brasil, ajudando empresas de todos os segmentos a transformar suas festas corporativas em uma experiência inesquecível”, comenta David Politanski, fundador da empresa e especialista em eventos de alto padrão.
Com base neste estudo, a coluna selecionou cinco países, cada qual com as características de suas tradicionais festas de encerramento do ano.
Veja a seguir:
1.Japão
No Japão, as festas corporativas estão integradas à cultura empresarial e possuem até nome: enkai, que significa literalmente “banquete da empresa”.
Mais do que uma simples confraternização, esta modalidade de festa é vista como uma oportunidade de fortalecer o entrosamento entre colegas e líderes fora do ambiente formal do escritório.
A ideia é que seja um encontro no qual a questão da hierarquia não dite tanto os relacionamentos e a convivência ganhe um tom mais humano e descontraído.
Entre os formatos de celebrações mais tradicionais no Japão estão ainda o bounenkai, realizada no fim do ano para “esquecer as preocupações passadas” e brindar o encerramento de um ciclo; e o shinnenkai, celebrado nas primeiras semanas de janeiro para dar boas-vindas ao novo ano.
Há também o soubetsukai, uma festa de despedida, geralmente realizada no fim de março, quando se encerra o ano fiscal japonês.
Apesar do caráter festivo, os encontros corporativos japoneses seguem regras de etiqueta e demonstrações de respeito típicas de sua cultura.
A pontualidade, por exemplo, é indispensável; o comportamento é contido e há um cuidado especial com gestos simbólicos, como servir bebidas para o colega ou superiores.
📊 Informação Complementar
2.Espanha
As celebrações de fim de ano, neste caso, refletem o jeito caloroso e social do país.
Assim como em outros aspectos da vida espanhola, o foco das festas corporativas está na convivência, na boa comida e na celebração coletiva.
Como no Brasil, estas confraternizações costumam acontecer em bares, restaurantes ou espaços reservados especialmente para a ocasião, e são marcadas por música, dança e uma atmosfera descontraída.
Um dos momentos mais emblemáticos destes festejos no fim do ano é o brinde de Navidad, que marca a chegada das festas de Natal e o encerramento do ano de trabalho.
É comum também que, após eventos mais formais, o encontro evolua naturalmente para uma verdadeira celebração descontraída, com karaokê, performances improvisadas e muita diversão, reflexo da cultura vibrante e acolhedora do país.
3.Nova Zelândia
Neste país, as festas corporativas espelham o estilo de vida leve e equilibrado característico local.
As confraternizações, chamadas na Nova Zelândia de Christmas do’s, costumam ser bem descontraídas e ao ar livre, aproveitando o verão que coincide com as comemorações de fim de ano no hemisfério sul.
É comum que as empresas organizem churrascos em praias, parques ou vinícolas, reforçando o espírito comunitário e a valorização da natureza, marcas fortes da cultura neozelandesa.
Longe de uma celebração formal, estas festas têm o objetivo de promover bem-estar e conexão entre colegas.
É comum também que muitas empresas priorizem atividades em grupo como esportes, jogos, caminhadas ou até competições, no lugar de festas noturnas elaboradas.
Essa abordagem reflete o conceito local de work-life balance, que valoriza o tempo de qualidade fora do escritório tanto quanto o desempenho profissional.
4.Canadá
Como é característico na cultura local, as festas de encerramento do ano no Canadá refletem o equilíbrio entre celebração e moderação.
As empresas costumam organizar jantares ou coquetéis em ambientes reservados, com foco na convivência e na valorização das relações interpessoais.
No lugar de grandes festejos, o destaque costuma estar nos discursos de agradecimento e nos gestos de reconhecimento, reforçando o espírito colaborativo que norteia o ambiente de trabalho canadense.
Além disso, é comum que as comemorações corporativas venham acompanhadas de iniciativas sociais, como campanhas de doação de alimentos, brinquedos ou roupas, ou até ações de voluntariado comunitário.
Essa combinação entre celebração e solidariedade traduz o perfil do país, que valoriza o bem-estar coletivo e o senso de comunidade.
5.África do Sul
As festas corporativas refletem a diversidade cultural do país e o espírito vibrante de celebração que está presente em todos os aspectos da vida sul-africana.
Conhecidas como year-end functions ou year-end parties, essas confraternizações costumam acontecer entre novembro e dezembro, marcando o encerramento do ano de trabalho e a chegada do verão.
As empresas na África do Sul valorizam encontros que misturam formalidade e descontração, unindo discursos e reconhecimentos profissionais a momentos de celebrações descontraídas.
É comum os festejos acontecerem em vinícolas, clubes ou espaços abertos, com braais (churrascos típicos), música ao vivo e apresentações culturais – traduzindo o mosaico de etnias e influências do país.
A gastronomia tem papel central também, com pratos que vão do tradicional boerewors (linguiça artesanal) a menus contemporâneos com ingredientes locais e vinhos premiados.
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Fonte: veja
16/12/2025 09:22











