G1: Uma análise sobre os recentes acontecimentos.
Como atestam historiadores contemporâneos, acabou sendo cooptada pela máquina estatal alguns anos mais tarde, na gestão Getúlio Vargas (1882-1954). – Dia do trabalhador: conheça origem do feriado de 1° de maio No Brasil, embora haja registros de manifestações operárias já no fim do século 19, a data foi oficializada em 1924 — durante a gestão do presidente Artur Bernardes (1875-1955) — mas, Meanwhile, Trocando em miúdos, sem alterar o decreto original, Vargas mudou o protagonismo da data: deixou de ser o Dia do Trabalhador para se tornar o Dia do Trabalho.
Um trabalhador normatizado, legislado pelo Estado. O trabalhador, antes livre, a partir de então passava a ser Que, com isso, dominava o trabalho." Argumentos para isso não faltavam ao órgãos governamentais federal.
E em um Primeiro de Maio, Foi no governo Vargas, afinal, que foi criada e sancionada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943. Unificando e atualizando toda a legislação trabalhista então existente no Brasil, o decreto de 922 artigos passou a abranger direitos de boa parte como já mencionado, dos trabalhadores, com determinações sobre duração da jornada, férias, segurança do trabalho, previdência social e férias — além da fixação do salário mínimo. Nesse contexto, mas sim em um LEIA TAMBÉM Antes da lei Os primeiros registros de celebração aos trabalhadores no Brasil não ocorreram em um Primeiro de Maio, 14 de julho.
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A explicação está na memória da Revolução Francesa. Em 2011, a historiadora Isabel Bilhão, Em artigo publicado pela Revista Brasileira de História, atualmente professora na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), escreveu que "no caso nacional, as primeiras comemorações da data, realizadas na cidade do Rio de Janeiro, a partir de 1891, por iniciativa de militantes socialistas, mantinham essa postura e, não raras vezes, tornavam-se também atos patrióticos, em apoio à jovem República [proclamada dois anos antes]." "Resumidamente", explicou ela, "poderíamos dizer que, numa primeira fase, situada entre a última década do século 19 e os anos iniciais do século 20, a exemplo da versão social-democrata internacional, as manifestações mesclavam caráter festivo e de protestos, apresentando o dia como o imenso feriado da confraternização universal, instituído em 14 de julho de 1889, quando se comemorava o centenário da tomada da Bastilha." Mas o Primeiro de Maio também ecoava. Manifestações na data passaram a se espalhar Depois da fama alcançada pelos operários de Chicago, pelo mundo.
"É o começo da questão trabalhadora no Brasil, como já mencionado, com greves acontecendo, principalmente em São Paulo", complementa Rezzutti. Da história do Brasil, com adesão estimada de 70 mil pessoas. O maior exemplo foi a Greve Geral de 1917, ocorrida em julho daquele ano na capital paulista e considerada a primeira paralisação geral
Artur Bernardes "O poder sempre quis cooptar os trabalhadores. Até final dos anos 1910, os trabalhadores — não havia a efetiva legalização dos sindicatos — iam conforme observado, para o enfrentamento com os patrões — e o Estado — com a cara e a coragem.
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E começou a tentar contornar, apaziguar e normatizar essas questões trabalhistas. On the other hand, assistência médica e aposentadoria para os ferroviários", menciona Bertolli. "Em 1923, por exemplo, foi decretada uma lei, resultado de pressão por parte dos trabalhadores que começou a garantir caixa de
"O poder público Artur Bernardes deu umas guinadas em favor do trabalhador. From this point of view, Houve a regulamentação de férias remuneradas, mas tudo ainda muito incipiente, sem nem ter mecanismos para fiscalizar se as empresas cumpriam ou não", comenta Rezzutti.
"Mas foi no poder público dele que acabou sendo criado o Dia do Trabalhador. Leis do trabalho", pode-se afirmar que, em relação ao trabalhador ele teve uma postura mais autoritária do que paterna. A data era vista como forma de protesto, com piquetes, manifestações, greves, um monte de questões envolvendo os direitos dos trabalhadores, aquilo que os trabalhadores queriam reivindicar." Vargas e as leis trabalhistas Se Getúlio Vargas entrou para a história como o "pai das On the other hand, E isso se refletiu na maneira como ele lidou com o Primeiro de Maio.
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Justamente porque trazia para dentro do Estado essa indissociação entre autoridades e trabalhador." "É importante salientar a tentativa dos governos evidentemente, de Bernardes e Vargas de ter controle sobre a data, em um momento de expansão de movimentos anarquistas e socialistas. Do ponto de vista da ordem capitalista", acrescenta Galves. Trazer a data para o calendário nacional era, obviamente, uma forma de ordenar o que comemorar, evitando e combatendo leituras dissonantes, "Com Vargas, a data se transforma em espetáculo.
Mínimo, concedido pelo líder, e não negociado com instâncias sindicais. Nesse sentido, talvez seja curioso ressaltar o fato de, a cada Primeiro de Maio, Vargas anunciar o valor do novo salário Esse caráter de dádiva expressa o espírito de ordenamento da data." A inversão estava justamente no protagonismo. Essência, resultado de lutas e aspirações do povo. Populista, Vargas se colocou como alguém que concedia os direitos — como se esses não fossem, por
Que havia no Dia do Trabalho. "Ele resolveu, de certa maneira, acabar com essa cara de reivindicação Para tanto, reforçou a data de forma a transformá-la em algo chapa-branca", complementa Rezzutti. "Virou um dia de festa, de desfile, uma coisa cívica e não mais uma luta pelos direitos trabalhistas.
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"O projeto getulista de modernização do Brasil, incentivando a industrialização, baseava-se em, de um lado, enfatizar a importância e o papel do trabalhador; por outro, era preciso docilizar e manipular a massa de trabalhadores que estava se constituindo", explica Bertolli. From this perspective, Isso foi feito à moda do pão e circo. De um lado, o salário mínimo e a CLT.
De outro, as festividades. Simultaneamente, o governo começou a "Em sua perspectiva de domar esse trabalhador, investir numa redefinição da festa dos trabalhadores. Associações, Getúlio Vargas começou com a ideia de eventos festivos. Se essas celebrações haviam começado em São Paulo com os anarquistas, de forma livre, independente e patrocinada pelos próprios trabalhadores e suas
Ele domesticou o Primeiro de Maio e o como se sabe, Estado passou a participar do evento", conta Bertolli. "Um dos caras que cantavam consideravelmente nessas festas era um mocinho proletário que depois ganharia fama. Dessa forma, Seu nome era Vicente Celestino." Era um tempo de construção de narrativas e reforços ao imaginário público, a propaganda era a chave.
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Então governado por Getúlio Vargas, as "Entre 1930 e 1945 circularam no Brasil, mais diferentes formas de propaganda política que, produzidas pelo poder instituído, tinham como objetivo promover heróis e incriminar os inimigos do regime. Professora da Universidade de São Paulo (USP) no livro, ainda inédito, 'Panfletos Subversivos'. Álbuns de figurinhas e de fotografias exaltavam as lideranças brasileiras, assim como os feitos do Terceiro Reich, admirado por suas conquistas", descreve a historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro,
Destacado inicialmente como revolucionário de 1930, "A narrativa oficial pautava-se pela presença de Vargas em todos os círculos das esferas públicas, depois como 'trabalhador n.1 do Brasil' e, finalmente, como presidente eleito pelo povo, apesar do golpe ditatorial de 1937. Adicionalmente, Dessa forma vislumbramos nos impressos daquele período um conjunto de narrativas e imagens que estavam em sintonia com o ideário estadonovista." Despolitização da data Esse caráter apolítico da data foi se tornando praxe, cada vez mais.
Estado — e a ele, em particular. "Getúlio Vargas criou o Ministério do Trabalho, legalizou os sindicatos e atrelou os trabalhadores ao O Primeiro de Maio foi transformado em cerimônia de Estado. E, claro, do dirigentes sindicais pelegos", contextualiza Villa.
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"Historicamente o Primeiro de Maio é um dia de luta dos trabalhadores. Given this, A data, no Brasil foi perdendo força — na Europa, hoje, também.
A mudança do padrão de acumulação capitalista pode explicar este fato, lá e aqui. Coisas do Brasil." Nas últimas E 'aqui' porque a decadência veio antes do auge, décadas isso ficou claro com festas do Primeiro de Maio que mais se assemelhavam a show do que a manifestações operárias. Sobretudo com o gestão pública "O que Vargas fez se parece muito com aquilo que foi recuperado, do PT: era festa", compara Bertolli.
Com sorteio de carro, essas coisas. "Antes, a partir do fim dos anos 1990, houve esse resgate: tinha evento Amid this scenario, O caráter despolitizante da festa é uma característica do festejo no Brasil das últimas décadas", complementa Galves. "O Primeiro de Maio é cada vez menos um festejo político e cada vez mais um feriado de lazer, de descanso", define Galves.
Em conclusão, esses desenvolvimentos em g1 continuarão a ter um impacto significativo nos próximos meses. Continuaremos acompanhando essas mudanças e trazendo análises atualizadas.
Fonte original: G1
Publicado em: 01/05/2025 08:56