A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo deflagrou, nesta quinta-feira, 16, a operação Rodotes, com o objetivo de investigar o envolvimento de policiais militares em uma organização criminosa. A ação também apura a participação de agentes na morte de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo a Polícia Militar, “entre os investigados está um policial militar identificado como autor dos disparos que mataram Gritzbach”.
A operação resultou na expedição de 15 mandados de prisão preventiva e 7 mandados de busca e apreensão em diversos endereços na capital e na Grande São Paulo. O empresário foi assassinado a tiros no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, no dia 8 de novembro de 2024, enquanto policiais militares faziam sua escolta privada.
De acordo com a PM, a investigação teve início em março de 2024, a partir de uma denúncia anônima que relatava possíveis vazamentos de informações sigilosas, favorecendo criminosos ligados à facção. A apuração, conduzida pela corregedoria, levou à abertura de um inquérito da Polícia Militar em outubro de 2024.
A investigação revelou que informações estratégicas vazadas por policiais militares, tanto da ativa quanto da reserva, além de ex-integrantes da corporação, permitiram que membros da organização criminosa escapassem de prisões e evitassem prejuízos financeiros. Entre os principais beneficiados pelo esquema estavam líderes e membros do PCC, incluindo alguns já falecidos e outros procurados, como Marcos Roberto de Almeida, conhecido como ‘Tuta’, e Silvio Luiz Ferreira, apelidado de ‘Cebola’.
A operação conta com o apoio da Força-Tarefa instituída pela Secretaria da Segurança Pública, que visa identificar outros envolvidos e possíveis mandantes do crime.