“Comparado ao Césio-137”, diz chefe no ICMBio sobre tragédia em lixão Fábio Miranda, chefe da APA em que o lixão Ouro Verde foi instalado, afirmou que os danos ambientais registrados são “gigantescos” atualizado Compartilhar notícia Quase um mês depois de uma montanha de lixo desabar no lixão Ouro Verde, localizado em Padre Bernardo (GO), no Entorno do Distrito Federal, os danos ambientais causados pela tragédia ainda são incalculáveis.
Em entrevista ao Metrópoles, o chefe da Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio Descoberto, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Fábio Miranda, comparou o acontecido com o caso do Césio 137.
“A gente fica até na dúvida, em questão dos danos ambientais, do que foi pior: o Césio 137 ou esse caso de Ouro Verde.
🔍 Detalhes Importantes
Está contaminando muito o solo e, consequentemente, o lençol freático e as raízes da vegetação”, explicou Fábio.
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Segundo ele, pode demorar dezenas de anos até que a contaminação seja revertida.
“Do ponto de vista ambiental, tem contaminação ali que vai demorar dezenas de anos para ser revertida.
🌍 Contexto e Relevância
No solo, por exemplo, tem diferentes poluentes, é até difícil dizer exatamente quais são”.
Fábio cita que um dos componentes encontrados no solo é o mércurio.
Relembre caso do lixão
– Uma montanha de lixo desabou no Aterro Ouro Verde em 18 de junho.
🔄 Atualizações Recentes
Testemunhas gravaram o momento da queda e a extensão que os resíduos alcançaram; – O aterro é alvo de uma série de ações judiciais, sendo uma delas a ação civil pública movida pelo Ministério Público do Goiás (MPGO) e pelo Ministério Público Federal (MPF) por “dano ambiental”; – Até então, o empreendimento funcionava sob autorização de uma liminar expedida pelo TRF-1; – A empresa responsável pela administração do aterro foi multada em R$ 37 milhões.
Além disso, bloqueio de R$ 10 milhões das contas da empresa “como forma de garantir a existência de recursos necessários para a contenção emergencial e reparação dos danos ambientais decorrentes do colapso da estrutura do aterro; – O aterro fica localizado em Padre Bernardo, Entorno do Distrito Federal, e opera em zona de conservação da Área de Preservação Ambiental (APA) do Rio Descoberto — segundo o MP, sem licenciamento do Estado de Goiás; – Com o desabamento do lixo, segundo o governo goiano, as águas do Rio do Sal e do Córrego Santa Bárbara ficaram contaminadas.
O uso foi proibido por tempo indeterminado;
– O local conta com quatro bacias de chorume carregadas com risco de colapsto total, o que ocasiona riscos eminentes de novos desabamentos no aterro.
Como chefe da APA em que o lixão foi instalado, Fábio e outros servidores do ICMBio, do Governo de Goiás e de outros órgãos fizeram diversas visitas ao local.
Os relatos são de que não havia controle do que entrava como resíduo.
“Como ele [o lixão] funcionava de maneira precária, recebia qualquer tipo de produto, inclusive lixos hospitalares.
Nós chegamos a andar sobre seringas”, contou Fábio.
O que tem sido feito
O desabamento da montanha de lixo ocorreu em 18 de julho.
Em 7 de julho, a empresa proprietária do lixão afirmou que vai agir para controlar e reduzir os danos ambientais causados pelo desmoronamento.
A Secretaria do Meio Ambiente de Goiás (Semad) encaminhou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para, segundo a pasta, “garantir que compromissos e prazos sejam devidamente cumpridos”.
O documento está com a responsável pelo empreendimento para ser assinado.
No início do mês, os órgãos competentes começaram uma ação de transposição da água do córrego Santa Bárbara, micro-bacia da região.
A operação visa evitar a contaminação da água pelos resíduos que desabaram do Aterro Ouro Verde.
São aproximadamente 40 mil toneladas de lixo acumulado, incluindo resíduos hospitalares.
O isolamento dos resíduos da água foi um evento emergencial já que o montante dos lixos começou a juntar muita água, o que poderia ocasionar o deslocamento dos materiais pela água até a Usina Hidrelétrica Serra da Mesa.
Além disso, a água do córrego abastece moradores locais, seja para consumo próprio ou até mesmo para situações de plantio e cultivo de alimentos.
Fonte: metropoles
13/07/2025 19:24