Com a piora da qualidade do ar e o tempo cada vez mais seco em grande parte do país, a dificuldade para respirar torna-se um problema até para quem não possui doenças respiratórias. Com isso, algumas redes de farmácias registraram alta na procura por umidificadores, inaladores e até termômetros.
A reportagem solicitou informações ao Grupo DPSP, do qual fazem parte as drogarias Pacheco e São Paulo; à RD Saúde, da Droga Raia e Drogasil, e à Ultrafarma.
De janeiro a setembro, as drogarias Pacheco e São Paulo registraram alta de 40% na procura por umidificadores, inaladores e termômetros se comparado ao mesmo período em 2023. Se considerar somente os umidificadores, o crescimento foi de 80%.
Nos meses de agosto e setembro de 2024, o grupo identificou um aumento médio de 76% na procura pelas três categorias, e 156% apenas por umidificadores.
Em volume de vendas, de janeiro a setembro de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, o grupo registrou um acréscimo de 23% nesses itens, com cerca de 400 mil unidades vendidas. Ao observar os meses de agosto e setembro deste ano, o crescimento foi de 45% em volume, concentrando 20% da venda de unidades do ano, em comparação aos mesmos meses no ano passado.
O número de umidificadores vendidos até 9 de setembro equivale à quantidade do mês inteiro de agosto de 2023.
Segundo a RD Saúde, em relação a 2023, a venda de umidificadores nas filiais Raia e Drogasil do país cresceu 75% em agosto. Nos primeiros dez primeiros dias de setembro, as vendas aumentaram 665% na comparação com o mesmo período de setembro do ano passado. Os estoques de umidificadores estão em baixa, o que ocasionou falta pontual do produto em algumas regiões, principalmente no Centro-Oeste. A RD Saúde não informou sobre inaladores e termômetros.
A Ultrafarma registrou queda de 7,57% nas vendas de umidificadores, de janeiro a setembro (11) deste ano em relação a 2023. Na contramão, para os inaladores e termômetros houve alta de 12,36% e 4,41%, respectivamente.
No recorte de agosto e setembro, a queda também é observada nas vendas de umidificadores (38,70%) e termômetros (7,26%), se comparado ao mesmo intervalo de 2023. Inaladores apresentaram alta de 19,42%.
Os umidificadores melhoram a qualidade do ar e trazem um alívio ao desconforto respiratório, em especial a quem tem asma, rinite e bronquite. A umidade relativa do ar deve ficar entre 40% e 60%, segundo Felipe Marques, pneumologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Ele reforça que além do umidificador é necessário adotar outras recomendações simples, como hidratar, deixar as janelas fechadas e não utilizar produto químico. Se possível, evite sair de casa nos dias em que a qualidade do ar estiver muito ruim. Quanto os inaladores, não devem ser utilizados por quem não tem problemas respiratórios.
Qualquer pessoa em contato com o ar ruim está sujeita a coceira na pele e nos olhos, sensação de garganta seca, desconforto respiratório, tosse, cansaço, falta de ar e até a inflamações e infecções, com possibilidade de febre.