Rafael venceu batalha mental com Cardona.
Defendeu um pênalti.
Viu outro ir para fora.
Tomou duas bolas na trave.
São Paulo empata com o Atlético Nacional em 0 a 0.
Graças a seu goleiro
O Atlético Nacional encurralou o São Paulo.
Conseguiu 17 arremates, contra cinco do time brasileiro.
O 0 a 0 foi injusto.
Mas excelente para a equipe de Crespo, que precisa só de uma vitória simples para chegar às quartas da Libertadores
32 anos.
16 anos de futebol profissional.
Sete anos de Seleção Colombiana.
Meia habilidoso, inteligente, com visão de jogo diferenciada.
Passou pelo Boca Juniors, Racing, Monterrey, Pachuca.
Começou na base do Atlético Nacional, de onde saiu em 2014.
Voltou dez anos depois para ser o comandante técnico do time.
Mais do que ninguém, ele sabia da importância de vencer o São Paulo, ontem, em Medellin, pela primeira das duas partidas eliminatórias das oitavas de final da Libertadores.
Por isso, aos 40 minutos do segundo tempo, quando foi substituído por Bily Arce, chorava, arrasado, ao sentar no banco de reservas.
Edwin Cardona sabia que era o responsável pelo 0 a 0 contra o time brasileiro.
Ele perdeu o duelo mental contra Rafael.
E desperdiçou dois pênaltis, que mudariam totalmente a perspectiva do jogo decisivo, na próxima terça-feira, no Morumbi.
Este foi o lado perdedor do confronto psicológico.
O vencedor foi Rafael.
Além de ótimas defesas, tomar duas bolas na trave, foi na hora das penalidades, cometidas por Ferraresi, que o goleiro acabou sendo fundamental para o empate comemorado do São Paulo.
Logo no começo da partida, ficou claro que Crespo desejava não sair da Colômbia derrotado.
Montou um time de retenção de bola, sobrecarregado nas intermediárias.
Mas seu plano quase foi sabotado aos dez minutos.
Marlon Moreno chutou para o gol e a bola desvia no braço de Ferraresi, que estava esticado.
Pênalti.
Aos 12 minutos, o camisa 10, Cardona foi para a cobrança.
Bateu rasteiro, para fora.
Do lado esquerdo de Rafael, que esperou até o último décimo de segundo para saltar, desconcentrando Cardona.
O Atlético Nacional cumpria sua obrigação óbvia de ter o controle do jogo.
E, com jogadores sem tanto talento, mas muito fortes fisicamente, conseguia criar algumas chances.
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O São Paulo estava recuado demais, já no primeiro tempo.
Mesmo assim, em contragolpe, André Silva teve a chance de marcar, mas chutou por cima.
No segundo, o time de Crespo decidiu abrir mão de atacar.
E buscava apenas se defender, o que atiçou ainda mais o time colombiano.
Aos dez minutos, Hinestroza e Marlon Moreno acertou a trave de Rafael.
Três minutos depois, os papéis se invertem.
E Marlon Moreno descobre Hinestroza livre.
O chute beija a trave.
Mas aos 20 minutos veio o lance fatídico, e decisivo, do jogo.
Ferraresi, em noite péssima, cometeu um desnecessário, alucinado, em Morelos.
O derrubou quando ele não oferecia perigo à meta do São Paulo.
“Eu já tinha falado com ele (Cardona), falei que ia esperar no primeiro pênalti que eu já tinha acertado, no segundo também eu esperei um pouco porque ele podia bater no meio, mas fui feliz e pude ajudar a equipe”, comemora Rafael.
Sim, Cardona caiu na provocação do goleiro brasileiro e cobrou no mesmo canto esquerdo do primeiro tempo.
A diferença é que a bola foi para o gol.
Mas lá encontrou os braços de Rafael, espalmando para fora a cobrança.
“O mérito é de todos, queríamos ter ganhado, mas num jogo difícil como esse, temos que valorizar o empate.
“Eu acho que a palavra certa é valorizar!
Valorizar a entrega, a dedicação, ainda mais num jogo difícil de oitavas de Libertadores fora de casa.
“Sabíamos da dificuldade do jogo, e então vai ter horas que vamos ter defender e sofrer também.
Vamos buscar a classificação em casa”, completou, empolgado.
Depois de perder o segundo pênalti, não só Cardona desanimou.
Mas o Atlético Nacional como um todo.
E o São Paulo ganhou confiança.
Uma pena que Ferreirinha entrou apenas aos 33 minutos do segundo tempo.
Havia espaço para contragolpear em velocidade.
Mas Crespo estava mais do que satisfeito com o empate.
“Não fomos tão agressivos como pretendemos.
Na hora de jogar bola, talvez tenhamos tido dificuldade para contra-atacar, criar situações, mas o mérito foi deles.
Colocou pressão, não nos deixou jogar.
“Time complicado, estádio complicado, clima complicado.
Muito contente pelo Rafael, depois seguramente temos que melhorar neste aspecto.
Mas foi uma situação normal sofrer aqui”, celebrava o técnico argentino.
“Devo parabenizar o Rafael.
Muito contente por ele.
É um líder, uma liderança muito significativa para o grupo.
Contente.
Nunca é fácil parar um pênalti numa situação assim.
E ele fechou o gol.
Levamos um empate muito difícil daqui, que é muito difícil.”
Crespo estava mais do que certo.
Se o São Paulo entrará confiante na terça-feira, contra o Atlético Nacional, será graças a um goleiro chamado Rafael.
Não é Cardona?
Seara Netflix.
A hora da maratona ficou mais gostosa.
Fonte: r7
13/08/2025 07:06