Após a derrota que a deixou sem a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris, a judoca brasileira Rafaela Silva chorou muito e revelou que se lesionou logo no começo da luta com a sul-coreana Mimi Huh, na semifinal do judô feminino (categoria até 57kg).
“É uma derrota que acaba tirando a minha medalha do dia de hoje, então com certeza vai doer bastante,” disse Rafaela, visivelmente abalada após perder a medalha de bronze para Haruka Funakubo. “Quando é um detalhe assim, eu não sei o que é mais difícil, você chegar, tomar um ippon, não ter condições de avaliar uma luta ou perder da maneira que foi. Eu senti que eu estava crescendo na luta, eu sabia que ela queria luta no solo, consegui fazer algumas defesas, mas acabei sendo penalizada ali no finalzinho e volto para casa sem a medalha”, lamentou.
Rafaela abordou as mudanças nas regras do judô introduzidas em 2022, explicando que, embora as novas regras visem proteger os atletas, elas não favoreceram seu desempenho. Ela reconheceu a importância dessas normas, destinadas a evitar lesões na cervical ao proibir o apoio de cabeça, mas sentiu que sua aplicação pode não ter sido justa no contexto de sua luta. “Eu não senti que eu encostei a cabeça, mas é a regra, a gente tem que aprender a lidar e infelizmente não foi ao meu favor hoje”, disse.
A atleta ainda revelou à imprensa que na luta anterior contra uma judoca coreana, sofreu uma queda logo na primeira entrada, onde machucou o joelho, o que comprometeu sua performance.
“Eu sabia sim que eu encontraria ela numa possível semifinal aqui na competição, pelo chaveamento. Era uma atleta bem difícil, eu tenho uma dificuldade de lutar com essa atleta da Coreia. No início ali, eu achei até que tinha sido um saikomi, vou precisar rever também, porque eu não consegui ver o lance ainda. E logo na primeira entrada ali que eu desequilibrei, caí no chão, eu tentei avisar a treinadora, eu senti meu joelho, e não consegui mais fazer nada. Eu estava com bastante dor, é uma lesão bem chata”, disse.
