‘Caso isolado’, analisa ministra Margareth Menezes sobre invasão à Zona Azul na COP30 Ao Terra, ministra comenta como caso repercutiu no governo e nega falta de representatividade indígena na Conferência Um dia após a tentativa de invasão na Zona Azul, área onde acontecem as negociações climáticas da COP30 e é permitida a entrada apenas de pessoas credenciadas, a ministra Margareth Menezes comentou ao Terra como o assunto repercutiu nos bastidores do governo.
"Foi um caso isolado", disse, em entrevista na Zona Verde, área aberta ao público, na manhã desta quarta-feira, 12.
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🌍 Contexto e Relevância
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"Foi um fato isolado.
Aqui dentro da COP os povos originários, com suas experiências, são importantes.
E dentro do Ministério da Cultura estamos reconhecendo também os povos originários como portadores de possibilidades da relação do povo com a natureza”, disse a ministra, sem querer adentrar muito no assunto.
🔍 Detalhes Importantes
Margareth, que estava em uma sessão na Zona Azul que contou com forte participação de povos indígenas, reforçou que são eles quem têm a convivência e experiência com a natureza e precisam realmente ser escutados –assim como todos, para ‘um grande mutirão de reversão dos efeitos climáticos’.
Questionada se acredita haver pouca representatividade indígena na Zona Azul — questão que esteve entre as motivações da invasão e que tem sido levantada por diversas lideranças indígenas ouvidas pela reportagem — ela respondeu que não.
"Não, de jeito nenhum.
📌 Pontos Principais
Tem a ministra dos povos originários, a ministra Sonia Guajajara, que está trazendo toda essa representatividade com o trabalho dela.
Tem muita coisa em andamento", disse a ministra.
"Eu acho que essa COP é um sinal…
a mobilização, é uma ação internacional, mobilização de pessoas que vieram para cá, principalmente pelo que estamos vivendo no planeta.
As ações climáticas, o desequilíbrio climático já está aí acontecendo.
É preciso fazer alguma coisa.
Eu acho que ampliar esse discurso e ver o que é que realmente precisamos fazer, porque as futuras gerações precisam do planeta para sobreviver e nós também.
Eu acho que a gente tem que pensar de uma maneira mais ampla e unir forças", reforçou Margareth.
📊 Informação Complementar
A tentativa de invasão em questão aconteceu no segundo dia da COP, na terça-feira, 11.
Um grupo numeroso de manifestantes, que contou com indígenas e pessoas com blusas do Psol, partido de esquerda, tentou entrar na Zona Azul, que tem acesso restrito.
A ação gerou tumulto e reação imediata da segurança, inclusive com um confronto braçal para conter os manifestantes.
Além disso, para impedir o acesso a áreas internas, mesas e cadeiras foram usadas de forma improvisada pela segurança para bloquear a passagem.
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) se manifestou sobre o ocorrido, afirmando em nota que “esta edição da COP ocorre em um país democrático, onde o direito à manifestação é garantido e respeitado, diferentemente das últimas edições realizadas em contextos mais restritivos.” “Neste sentido, a Apib, junto com suas organizações regionais, tomou conhecimento de ato realizada nesta data (11/11) organizado por movimentos sociais, com a participação de alguns povos indígenas.
A Apib reafirma que o movimento indígena é amplo e diverso e que esta entidade não coordenou as atividades da referida manifestação.
Ao mesmo tempo, reitera o respeito ao direito de manifestação e à autonomia de cada povo em suas formas próprias de organização e expressão política", afirmaram.
*A reporter Beatriz Araujo viajou a Belém com apoio do ClimaInfo
Fonte: terra
12/11/2025 15:48











