Operação no Chile expõe como quadrilhas internacionais movimentam milhões com criptoativos.

🕵️♂️ Lavagem digital: do tráfico ao PIX
Uma megaoperação policial no Chile prendeu 52 pessoas e bloqueou 13,5 milhões de dólares ligados à quadrilha venezuelana Tren de Aragua — uma das mais perigosas da América Latina.
O grupo usava criptomoedas para ocultar o dinheiro obtido com crimes como tráfico de drogas, sequestros, extorsão e homicídios.
💸 O método: transformar o dinheiro do crime em criptoativos e “sacar” fora do país.
🌎 O rastro do dinheiro passava por 7 países, incluindo Estados Unidos, Espanha e México.
🧊 Congelamento histórico: 250 contas bloqueadas
🔒 As autoridades chilenas congelaram 250 contas bancárias e de criptoativos usadas pela quadrilha.
Esse é considerado o maior golpe sofrido pelo Tren de Aragua até hoje, segundo a promotora Trinidad Steinert.
Dos presos, 47 eram estrangeiros, sendo 16 em situação irregular no país.
🌐 Como funcionava o esquema
📲 O dinheiro do crime vinha de atividades como:
- Tráfico de pessoas e drogas
- Sequestros e assassinatos
- Multas ilegais cobradas em “territórios dominados”
- Mineração ilegal e apostas online
- Microtráfico e até roubo de veículos de luxo
💻 Com esses recursos em mãos, a quadrilha:
- Comprava bitcoins ou outras criptos.
- Enviava os ativos para carteiras em outros países.
- Sacava o valor “limpo” em dinheiro ou reinvestia.
🏦 Criptomoedas: arma perfeita para o crime?
De acordo com especialistas em segurança, como David Saucedo, a criptomoeda se tornou a ferramenta ideal para lavar dinheiro por vários motivos:
🧩 Vantagens para os criminosos:
- Quase impossível de rastrear
- Transações anônimas e digitais
- Não precisa de papel-moeda nem documentos
- Pode ser transferida entre países com poucos cliques
📉 O uso de criptos evita a vigilância tradicional dos bancos e escapa dos controles legais de muitos países.
🏢 Como uma empresa multinacional do crime
📊 Segundo a jornalista investigativa Ronna Rísquez, autora do livro El Tren de Aragua, a quadrilha atua como uma verdadeira corporação:
- Tem uma estrutura hierárquica sofisticada
- Diversifica o portfólio criminal
- E até calcula perdas esperadas com apreensões em suas operações
“O Tren de Aragua não é mais uma gangue. É um cartel internacional. Já consideram que parte do dinheiro será perdido em ações da Justiça”, afirma Saucedo.
🚨 E o que as autoridades podem fazer?
Apesar do impacto da operação, especialistas alertam: o golpe é apenas uma gota no oceano.
💬 “Os US$ 13,5 milhões recuperados são pouco perto dos mais de US$ 25 bilhões que cartéis como o de Sinaloa movimentam por ano”, afirma Saucedo.
⚠️ Mesmo quando operações revelam o modus operandi das quadrilhas, os criminosos já estão um passo à frente. A lavagem de dinheiro por criptomoedas já é feita há anos — e a tecnologia favorece isso.
⚖️ Qual o risco para o Brasil?
O Brasil já viu casos semelhantes, como o ataque hacker ao sistema que liga bancos ao PIX, onde também se usou engenharia social e criptoativos para escoar valores furtados.
🧠 A conexão entre crimes digitais, lavagem com criptoativos e organizações internacionais representa uma ameaça crescente para a segurança dos sistemas financeiros do país.