Tarifaço: cancelamento de reunião entre Haddad e Bessent aumenta tensão comercial Encontro com secretário do Tesouro dos EUA seria na quarta (8), mas foi desmarcado pelos norte-americanos Economia|Do R7, em Brasília LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA Produzido pela Ri7a – a Inteligência Artificial do R7 A falta de progresso nas negociações entre Brasil e Estados Unidos sobre as tarifas de 50% preocupa autoridades e, sobretudo, exportadores brasileiros, que veem a incerteza se prolongar.
O contato do governo brasileiro com o dos EUA parece ainda mais distante depois que foi cancelada uma reunião que ocorreria nesta quarta-feira (13) entre o secretário do Tesouro Americano, Scott Bessent, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Os dois falariam sobre o tarifaço.
Conforme Haddad, a meta era buscar entendimento e tentar reabrir o diálogo com Washington.
🌍 Contexto e Relevância
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O motivo oficial do cancelamento, informado por email, teria sido conflito de agenda.
Na avaliação de especialistas, o adiamento é negativo para o Brasil.
Para o CEO da Referência Capital, Pedro Ros, adiar o diálogo em meio à tensão comercial global eleva o custo político e diplomático, ao passar a impressão de falta de urgência na solução do impasse.
“O cancelamento posterga qualquer chance de distensionar o ambiente e amplia a incerteza no curto prazo.
🔄 Atualizações Recentes
Cada dia sem avanço alimenta volatilidade nos mercados, enfraquece a posição negociadora do Brasil e mantém o risco de perdas bilionárias em exportações estratégicas”, afirma.
O CEO do Grupo IOX, Richard Ionescu, diz que o cenário reforça a importância de diversificar mercados e abrir novas frentes de negociação.
“Para o setor produtivo, a prioridade agora é acompanhar de perto os próximos passos e preparar-se para diferentes cenários, mantendo flexibilidade para reagir rapidamente a qualquer evolução nas tratativas”, recomenda.
De todo modo, ele avalia que ainda há possibilidade de o encontro ocorrer.
“O adiamento da reunião com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos adia também uma oportunidade importante de diálogo, mas não significa o fim das negociações”, comenta.
O cientista político André César considera Bessent um dos integrantes mais flexíveis do governo norte-americano.
“Ele já manteve interlocução com Geraldo Alckmin, indicando boa vontade maior que a de outros membros”, destaca.
Tarifaço em vigor
A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros entrou em vigor na quarta-feira da semana passada (6), conforme ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump.
A Casa Branca justificou a medida afirmando que o Brasil representa “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional e à economia americana — alegação contestada por autoridades brasileiras.
Segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin, 35,9% das exportações brasileiras aos EUA serão afetadas.
Produtos como suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes e insumos energéticos ficaram de fora.
Produtos atingidos pela nova tarifa
🔸 Café — Maior exportador global, o Brasil tem nos EUA um dos principais compradores.
Em 2024, embarques somaram quase US$ 2 bilhões, equivalentes a 16,7% do total exportado.
🔸 Carne bovina — O mercado norte-americano absorveu 16,7% das exportações brasileiras do produto em 2024, o que representa 532 mil toneladas e US$ 1,6 bilhão em receitas.
A Minerva projeta queda de até 5% na receita líquida.
🔸 Frutas — Mais de 1 milhão de toneladas foram exportadas em 2024, e parte expressiva terá aumento tributário.
📊 Informação Complementar
🔸 Máquinas agrícolas e industriais — O decreto prevê isenções para peças da indústria de papel e celulose e itens da aviação civil.
Máquinas e componentes fora desses segmentos serão integralmente taxados.
🔸 Móveis — Alguns modelos escaparam da taxação, como assentos e estruturas metálicas ou plásticas usadas em aeronaves.
O restante será atingido pela nova alíquota.
🔸 Têxteis — A isenção é restrita a itens específicos, como fio de sisal para enfardamento e materiais aeronáuticos.
🔸 Calçados — Todos os modelos brasileiros passaram a ser taxados, agravando a situação de um setor já pressionado pela concorrência global.
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Fonte: r7
12/08/2025 10:24