Campeão mundial, Caio Bonfim é treinado pela mãe e marcha pelas ruas do interior do DF
Brasileiro chegou a conquista da medalha olímpica em sua quarta participação no Jogos
Resiliência.
Você pode não gostar dessa palavra pela frequência que ela é utilizada nos últimos tempos, mas não tem maneira melhor de definir a trajetória de Caio Bonfim.
Ele já havia feito história com a prata nos Jogos Olímpicos de Paris.
Agora, se tornou campeão Mundial, o maior medalhista da história do país, com duas conquistas nesta semana, no Japão.
O ouro veio na prova dos 20km.
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Caio é treinado pela mãe, Gianetti Bonfim, oito vezes campeã brasileira na marcha atlética.
O pai de Caio?
João Sena, que foi treinador de Gianetti antes de se tornar marido.
A família vive em Sobradinho, no interior do Distrito Federal, onde realiza os treinos pelas ruas da cidade mesmo.
O passado da mãe no atletismo foi lembrado por ele ao término da prova nos Jogos Olímpicos, há um ano.
“Todo mundo um dia viu a marcha atlética e achou estranho.
Eu não.
Era a profissão da minha mãe.
Pra mim é normal.
Eu vi isso desde criança.
É normal.
Minha mãe fez isso para Atlanta-96, teve uma mudança de critério e ela não foi.
Nós fomos pra Londres, eu disse pra ela: ‘Quem disse que você não foi?’.
Hoje posso virar para ela e falar: ‘Nós somos medalhistas olímpicos”, disse à TV Globo.
Mesmo com a mãe ex-atleta e o pai professor da modalidade, o caminho não foi fácil para o competidor do Distrito Federal, que precisou enfrentar preconceitos.
Na infância, ele pensou até em ser jogador de futebol antes de ir de vez para a marcha.
“Quando meu pai me chamou pra marchar pela primeira vez, ele dava aula no noturno, eu fui muito xingado naquele dia.
Não é me fazendo de vítima, não.
Eu só comecei com 16 anos.
Por quê?
Porque era muito difícil ser marchador.
No dia que eu cheguei em casa e falei: ‘Eu quero ser marchador’.
Na verdade, eu tava dizendo pra eles: ‘Hoje eu decidi ser xingado sem ter problema’.
Eu venci o preconceito chegando nessas provas da América do Sul”, falou Caio em entrevistas no passado.
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“Na minha cidade, eu brinco que antes da Olimpíada do Rio era sempre xingado pra poder marchar.
Depois da Olimpíada do Rio, o som da buzina mudou.
Os caras até exigiam.
‘Tá flutuando, cuidado!’", completou.
Caio Bonfim esteve em Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020.
Na edição em casa, ele bateu na trave e terminou na quarta colocação.
Fonte: terra
20/09/2025 06:19