“O site indicou que eu não tinha sido aprovado na faculdade. Fiquei extremamente frustrado, tive uma crise de ansiedade e só consegui controlar por meio de medicamentos”, relata.
Resumo dos eventos:
O resultado do Sisu, previsto pelo edital para 30 de janeiro, foi visualizado por alguns estudantes na manhã daquele dia, até que a página ficou instável e fora do ar.
Às 20h do mesmo dia, sem fornecer detalhes, o MEC anunciou que “identificou problemas técnicos no sistema e reiniciou os protocolos de homologação”, adiando a divulgação para quarta-feira (31).
Quando as listas finais foram divulgadas na quarta-feira, a classificação estava diferente da exibida no dia 30.
Estudantes que comemoraram no dia anterior, pintando o rosto e compartilhando a notícia, perderam posições e descobriram que não conquistaram a vaga na universidade.
O G1 buscou o MEC para obter informações sobre o número de afetados pelo erro e detalhes dos “problemas técnicos do sistema”, mas não obteve resposta até o momento.
Maria Eduarda Xavier, de 19 anos, sentiu a mesma frustração ao ver seu nome “desaparecer” da lista de aprovados em engenharia ambiental no Cefet-MG.
Kamilly Giovanna, de 19 anos, de Lagarto (SE), ainda não teve coragem de informar à mãe que não foi aprovada em estatística na UFS.
No resultado de 30 de janeiro, Kamilly estava em 1º lugar na modalidade de cotas. A página saiu do ar, mas ela acreditou que estava tudo correto. No dia seguinte, porém, o site do Sisu exibiu a mensagem: “Você não foi selecionada na chamada regular”.
Clara Letícia, de 18 anos, comemorava a conquista da vaga em direito na UFRN no cursinho em 30 de janeiro. Descobriu que o site do Sisu estava fora do ar e que a lista de aprovados só seria publicada no dia seguinte.
Em 31 de janeiro, quando o MEC divulgou o resultado final, Clara não estava mais classificada para sua 1ª opção e não podia concorrer na lista de espera, pois havia sido selecionada na 2ª opção (relações internacionais).
Duas candidatas preferiram não ser identificadas na reportagem.
Uma delas ocupava, em 30 de janeiro, a última vaga de medicina de uma universidade federal. Em 31 de janeiro, o site do Sisu mostrou que ela só teria chance se fosse convocada na lista de espera.
A outra estudante, de 17 anos, feliz com a aprovação em ciência e tecnologia no Rio Grande do Norte, descobriu em 31 de janeiro que seu nome não estava mais entre os aprovados.
Em Macaé (RJ), Pedro Lora, de 19 anos, viu sua posição na reclassificação cair de 1º para 27º lugar de um dia para o outro.