O estudo foi divulgado por uma pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP).
A pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), Débora Piccirillo, alerta que ações extremas de violência, como feminicídios, geralmente são precedidas por outras formas de agressão. Diante disso, ela enfatiza a necessidade de intervenções específicas para lidar com homens denunciados por agressão, visando evitar tragédias de feminicídio. O aumento nos casos de assassinatos motivados por questões de gênero em São Paulo é uma preocupação, com 221 registros em 2023, o maior desde 2018.
Débora destaca a continuidade da violência de gênero, começando com ameaças, comentários psicológicos prejudiciais, violências não visíveis e culminando em agressões físicas e feminicídio. Muitas vezes, mulheres denunciam a violência, mas as intervenções não são efetivas, resultando em tragédias. A análise da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) de São Paulo mostra que, em 83,2% dos casos de feminicídio em 2023, a vítima havia sofrido violência doméstica anteriormente.
Débora destaca a importância da tornozeleira eletrônica como uma medida que pode ajudar na prevenção, permitindo intervenções imediatas pela polícia quando o agressor se aproxima da vítima. No entanto, ela enfatiza a necessidade de políticas de longo prazo para tratar o comportamento agressivo dos agressores, visando uma mudança definitiva e evitando que eles causem danos a outras mulheres no futuro. A pesquisadora também aponta para o crescimento expressivo de manifestações misóginas, contribuindo para atos extremos de violência de gênero. Ela destaca a importância de abordar a misoginia e promover uma mudança cultural para prevenir o feminicídio.