Três dias após o alerta do Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras da Bahia (Sindipetro) sobre a iminente escassez de combustíveis e gás de cozinha (GLP) no estado, devido à interrupção na operação de algumas unidades da Refinaria de Mataripe causada pelas intensas chuvas deste mês, a Acelen, empresa privada responsável pela refinaria, declarou que as unidades produtoras de gasolina e GLP estão passando por manutenção não-programada, o que resultou na redução da capacidade produtiva.
Em comunicado enviado nesta segunda-feira (22), a Acelen afirmou estar tomando todas as medidas necessárias para minimizar o impacto no fornecimento dos produtos, incluindo a aquisição de carga extra de GLP para reforçar os estoques e garantir o abastecimento durante a parada não-programada.
Segundo a denúncia do Sindipetro, um compressor na Unidade-39 enfrentou problemas de funcionamento, atrasando o processo de craqueamento do petróleo, essencial na produção de combustíveis. Isso teria levado os estoques a níveis críticos, chegando ao ponto de a Acelen solicitar o retorno de um navio carregado com GLP. Há preocupação com o impacto no abastecimento das distribuidoras, pois a previsão de retomada do craqueamento na U-39 é de 10 dias, podendo haver escassez no mercado baiano.
A Acelen reconheceu a interrupção na produção e, em nota, previu que o serviço seja normalizado em nove dias. A empresa destacou investimentos de mais de R$ 2 bilhões na revitalização e recuperação da Refinaria de Mataripe, bem como a implementação do maior programa de modernização de sua história, focado em segurança, eficiência industrial, redução ambiental e automação, incluindo a transformação digital em curso.