Ação foi protocolada na Justiça da Bahia em 27 de maio de 2025. Mulher desistiu da ação após repercussão negativa nas redes sociais.
Circulam nas redes sociais posts sobre uma mulher que recorreu à Justiça da Bahia depois que foi negada a licença-maternidade para cuidar de um bebê reborn (bonecos realistas que imitam recém-nascidos de verdade). É #FATO.
➡️ Por que é fato?
- Uma funcionária de uma empresa de Salvador pediu licença-maternidade e recebimento de salário-família para cuidar de um bebê reborn. Mas o pedido foi negado.
- Em 27 de maio de 2025, ela entrou com uma ação contra a empresa no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-BA), pedindo uma indenização de R$ 10 mil. A defesa alegou que o motivo do processo seria o constrangimento praticado por colegas de trabalho.
- De acordo com os advogados, a companhia negou, sob o argumento de que o caso não envolvia uma “mãe de verdade”. Além disso, um superior teria afirmado que a funcionária precisada de “psiquiatra, não de benefício”.
- Nas redes sociais, o caso foi alvo de críticas. Por conta da repercussão negativa, a mulher e os advogados desistiram da ação dois dias depois e o processo não irá mais para audiência, de acordo com um documento disponibilizado no site do TRT, em 29 de maio. Além disso, o texto informa que ela obteve gratuidade de justiça e não terá que arcar com os custos processuais do caso.
📝 O que dizia a ação?
Segundo o documento ao qual o g1 teve acesso, a defesa afirmou que a mulher desenvolveu um profundo vínculo materno com “sua filha reborn” e que o envolvimento seria resultado de entrega emocional, investimento psíquico e comprometimento afetivo como o de qualquer mãe.
📌 O que é a moda de bebês reborn?
A ação judicial foi protocolada em meio à publicação de diversos conteúdos de “mães reborn” que viralizaram recentemente nas redes sociais. Na internet, usuários criaram memes sobre a tendência e fizeram críticas. O tema também virou pauta de propostas políticas ao redor do Brasil.
- Em abril, um grupo de mulheres promoveu um encontro de “mães e bebês reborn” no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, por exemplo. Após a reunião, repercutiu muito na internet um vídeo publicado em 2022 pela influenciadora Sweet Carol, no qual ela simula o parto de uma bebê reborn.
- Em 7 de maio, vereadores do Rio aprovaram um projeto para criar o Dia da Cegonha Reborn, que tem o objetivo de homenagear as artesãs que confeccionam as bonecas.
- Na última quinta-feira (15), um deputado federal apresentou à Câmara um projeto de lei que prevê multar em mais de R$ 30 mil quem usar bebê reborn para furar filas no Brasil. Na mesma data, outros dois parlamentares apresentaram propostas referentes ao tema.
- Em 15 de maio, a prefeitura de Curitiba divulgou um alerta dizendo: “Mães de bebê reborn não têm direito ao banco preferencial”.
- No mesmo mês, o Fato ou Fake desmentiu o vídeo do ‘1° Encontro Nacional de Pais de Bebê Reborn’, em Minas Gerais.