JERUSALÉM (AP) — O ministro da Defesa de Israel declarou nesta quarta-feira que as tropas permanecerão indefinidamente nas chamadas zonas de segurança na Faixa de Gaza, no Líbano e na Síria — uma posição que pode dificultar ainda mais as negociações com o Hamas sobre um cessar-fogo e a libertação de reféns.
Enquanto isso, ataques israelenses em Gaza mataram mais 22 pessoas, segundo autoridades locais de saúde, incluindo uma menina de menos de um ano de idade. A mãe da menina, ferida no ataque, abraçou sua filha — ainda vestida com um vestido azul ensanguentado — antes do enterro.
As forças israelenses retomaram mais da metade da Faixa de Gaza em uma nova ofensiva para pressionar o Hamas a libertar os reféns, após o fim do cessar-fogo no mês passado. Israel também se recusou a se retirar de certas áreas do Líbano após um cessar-fogo com o grupo militante Hezbollah no ano passado, além de ter estabelecido uma zona tampão no sul da Síria, depois que rebeldes derrubaram o presidente Bashar Assad em dezembro.
Os palestinos e ambos os países vizinhos consideram a presença de tropas israelenses como uma ocupação militar que viola o direito internacional.
Israel afirma que precisa manter o controle das chamadas zonas de segurança para evitar que se repita o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, quando milhares de militantes invadiram o sul de Israel a partir da Faixa de Gaza, matando cerca de 1.200 pessoas — em sua maioria civis — e sequestrando 251.
Desde então, a ofensiva israelense já matou mais de 51.000 palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que não distingue o número de civis e combatentes entre os mortos, mas afirma que mulheres e crianças representam mais da metade das vítimas. Israel, por sua vez, afirma ter matado cerca de 20.000 militantes, sem apresentar provas dessas alegações.