Até o momento, sua equipe informou que foi iniciada uma investigação para apurar os acontecimentos. O secretário nacional de Políticas Penais, André de Albuquerque Garcia, deslocou-se para o Rio Grande do Norte, onde está localizada a Penitenciária Federal de Mossoró. No entanto, o ministro Lewandowski permaneceu em silêncio.
É o momento de se expressar. Se a eloquência de Flávio Dino (à esquerda na foto) era criticada, o silêncio em situações inéditas como esta também é. Políticos têm a responsabilidade de prestar esclarecimentos, ao contrário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que deveriam se manifestar apenas nos autos dos processos. O novo ministro da Justiça, ex-ministro do STF, parece não compreender ou finge desconhecer qual é o comportamento adequado para cada função.
Os dois detentos foragidos são afiliados ao Comando Vermelho do Acre e foram transferidos recentemente. De alguma maneira, a facção criminosa parece ter conseguido se infiltrar no presídio federal, facilitando a fuga.
A obrigação de prestar esclarecimentos por parte de Lewandowski é ainda mais crucial porque o partido de seu superior, o presidente Lula, também governa o Rio Grande do Norte. A governadora petista Fátima Bezerra não administra a Penitenciária de Mossoró, mas é responsável pelo que ocorre em seu entorno. Como rota de saída de drogas com destino à Europa e África, o Rio Grande do Norte está enfrentando um cenário dominado pelo crime organizado. Nem a Secretaria Estadual de Segurança nem o Ministério da Justiça demonstram capacidade para lidar com esse problema.