O presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta sexta-feira (11) que “não há vencedor numa guerra de tarifas” e alertou que “ir contra o mundo levará ao isolamento”, em um recado claro aos Estados Unidos em meio à crescente tensão comercial entre as duas potências. As declarações foram feitas durante encontro com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, na Casa de Hóspedes Diaoyutai, em Pequim.
A fala de Xi ocorre no mesmo dia em que o Ministério das Finanças da China anunciou um aumento significativo nas tarifas sobre produtos americanos, que passarão de 84% para 125% a partir deste sábado (12). A medida é uma resposta à mais recente escalada tarifária imposta por Washington.
Em nota oficial, o porta-voz do ministério afirmou que, “diante do atual nível de tarifas, não há possibilidade de aceitação pelo mercado de produtos dos EUA exportados para a China”, e advertiu que, caso os EUA continuem com as sanções, Pequim “vai ignorá-las”.
Paralelamente, o Ministério do Comércio da China anunciou que entrou com um processo contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC), acusando Washington de adotar “práticas unilaterais de coerção e bullying” que violariam as regras internacionais do comércio.
Durante a reunião com Sánchez, Xi Jinping destacou que a China não teme “qualquer supressão irracional” e ressaltou o histórico de desenvolvimento do país baseado na “autossuficiência e trabalho árduo”. “Não importa como o ambiente externo mude, a China fortalecerá sua confiança, manterá sua determinação e se concentrará em administrar bem seus próprios assuntos”, afirmou.
O líder chinês também fez um apelo à união global, defendendo que “somente por meio da solidariedade e cooperação de todos os países será possível manter a paz e a estabilidade mundiais”, em um cenário que descreveu como marcado por “múltiplos riscos e desafios sobrepostos”.
Por sua vez, Pedro Sánchez destacou que “não haverá vencedores em uma guerra comercial” e declarou apoio ao fortalecimento das relações entre a União Europeia e a China. Segundo ele, tanto a Espanha quanto o bloco europeu “estão prontos para fortalecer a cooperação com a China e salvaguardar a ordem comercial internacional”.