O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mostra a inflação oficial do país, apresentou boas e más notícias para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O IPCA foi divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE (11).
A principal boa notícia foi a queda vertiginosa da inflação entre os meses de fevereiro e março. Se em fevereiro o IPCA havia registrado o resultado de 1,31%, o patamar mais alto para um mês desde março de 2022, agora em março houve uma queda de 0,75%, e a inflação oficial ficou em 0,56%.
As más notícias começam na apuração da inflação acumulada nos últimos 12 meses, que chegou a 5,48% em março, acima dos 5,06% verificados no mês anterior. No ano, o IPCA acumula alta de 2,04%, e em março de 2024, a variação havia sido de 0,16%.
Outra má notícia foi a verificação de que todos os grupos de produtos e serviços tiveram alta no mês. O principal destaque negativo, mais uma vez, foi o grupo Alimentação e bebidas, que acelerou de 0,70% para 1,17%, com impacto de 0,25 ponto percentual no índice geral.
No total, o grupo Alimentação e bebidas respondeu por 45% do índice oficial do mês. As principais altas foram no tomate (22,55%), café moído (8,14%) e ovo de galinha (13,13%), que juntos responderam por 25% da inflação de março. O café moído já acumula uma alta de 77,78% nos últimos 12 meses.
O grupo Transportes, com variação de 0,46%, teve o segundo maior impacto (0,09%) em março, mas desacelerou em relação a fevereiro (0,61%). O resultado foi influenciado pelo aumento da passagem aérea, que registrou o terceiro maior impacto individual no índice, ao passar de -20,46 em fevereiro para 6,91% em março.
Por outro lado, os combustíveis (0,46%) desaceleraram em relação ao mês de fevereiro (2,89%). A gasolina variou 0,51% ante os 2,78% do mês anterior, o óleo diesel 0,33% ante 4,35% e o etanol 0,16% ante 3,62%. Já o gás veicular acelerou de -0,52% em fevereiro para 0,23% em março.
Quanto aos índices regionais, a maior variação (0,76%) ocorreu em Curitiba e Porto Alegre por conta da alta da gasolina (1,84% e 2,43%, respectivamente). A menor variação ocorreu em Rio Branco (0,27%) em razão da queda nas passagens aéreas (16,01%) e, em Brasília (0,27%) com a redução de 24,18% no ônibus urbano.
A cidade de Salvador teve resultado de 0,41% no mês de março, abaixo da média nacional de 0,56%. No ano de 2025, entretanto, a capital baiana registrou aumento de preços de 2,18%, acima da média para o país, que foi de 2,04%.
No acumulado dos últimos 12 meses, Salvador também registrou inflação maior do que a média nacional. Enquanto o resultado do país ficou em 5,48%, a capital baiana teve alta de preços de 5,63%.