Em mais uma série de entrevistas para algumas rádios, na manhã desta quinta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou o tom de suas críticas ao mandatário norte-americano Donald Trump, principalmente em relação à intenção de retirar os palestinos da Faixa de Gaza e assumir o controle daquela região. Lula disse que Trump parece fazer questão de “dizer uma anomalia todo dia”.
“Um dia ele quer ocupar o canal do Panamá, outro dia quer anexar a Groenlândia ou o Canadá. Depois, trata o povo palestino como se não fosse ninguém. Ele tem meu respeito para governar os Estados Unidos, mas ele não foi eleito para governar o mundo. Essa é a relação que eu espero que a gente construa”, disse o presidente.
Nesta quinta, Donald Trump, voltou a defender que o território palestino passe para o controle de seu governo ao final da guerra entre Israel e o grupo Hamas. Trump declarou que o seu plano é de assumir o território da Faixa da Gaza, após o reassentamento do povo palestino “em comunidades muito mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas” na região do Oriente Médio.
O presidente do Estados Unidos disse ainda que vai transformar a Faixa de Gaza “em um dos maiores desenvolvimentos do tipo na Terra”, e garantiu que não usará soldados norte-americanos na operação.
Na entrevista nesta manhã, o presidente Lula classificou a situação na Faixa de Gaza como genocídio e defendeu um posicionamento mais “humanista” na política internacional, especialmente em relação à Palestina.
“O que tem que se fazer na Palestina é cuidar dela como se fosse qualquer outro povo”, declarou Lula, que disse ainda que os Estados Unidos sempre se apresentaram como um símbolo de democracia, mas desde a eleição de Donald Trump, os discursos e ações de governo passaram a destoar desse ideal.
Depois da fala do presidente norte-americano, o ministro da Defesa de Israel ordenou ao exército do seu país que prepare um plano para permitir a “saída voluntária” dos moradores de Gaza. O ministro Israel Katz comemorou o anúncio de Trump de que pretende controlar a Faixa de Gaza e transformar aquele território na “Riviera do Oriente Médio”. Katz disse que o governo israelense vai assegurar opções de saída dos palestinos por meio de passagens terrestres, assim como arranjos especiais para saída por ar e mar.