Na COP30, Lula volta a defender taxação de super-ricos e imposto sobre empresas multinacionais Presidente citou multilateralismo, cobrou países ricos e disse que é ‘legítimo’ exigir maior contribuição de quem polui mais Brasília|Ana Isabel Mansur e Lis Cappi, do R7, enviadas especiais a Belém O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender nesta sexta-feira (7) a taxação de super-ricos e a criação de um imposto sobre empresas multinacionais.
Em discurso na cúpula de líderes da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), em Belém (PA), o petista declarou que é “legítimo” cobrar mais desses grupos, os maiores responsáveis, segundo Lula, pelas mudanças climáticas.
“Um indivíduo pertencente ao 0,1% mais rico do planeta emite, em um único dia, mais carbono do que os 50% mais pobres da população mundial durante um ano inteiro.
É legítimo exigir dessas pessoas uma maior contribuição.
📊 Fatos e Dados
O imposto mínimo sobre corporações multinacionais e a tributação do patrimônio de super-ricos podem gerar recursos valiosos para a ação climática”, defendeu.
Lula discursou na última plenária da cúpula, que antecede a COP30.
O evento na capital paraense começa, de fato, na próxima segunda (10) e se estende até 21 de novembro.
A sessão teve como tema as NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), o financiamento climático e os 10 anos do Acordo de Paris — tratado internacional adotado em 2015 que define metas para enfrentar as mudanças climáticas, como limitar o aquecimento global a 1,5°C.
🧠 Análise da Situação
Na fala, Lula aproveitou para reforçar a importância do multilateralismo, sem citar nomes.
Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Argentina, Javier Milei, que não priorizam a pauta climática, não participam da cúpula de líderes.
Apesar das ausências, os dois países têm representantes no evento.
“Faço um chamado a todos vocês.
Não existe solução para o planeta fora do multilateralismo.
A Terra é única.
A humanidade é uma só.
A resposta tem de vir de todos, para todos”, afirmou Lula.
O presidente aproveitou, ainda, para criticar financiamentos a países pobres para ações climáticas.
O petista pediu “medidas adicionais” para “preencher a lacuna entre a retórica e a realidade”.
“Sem meios de implementação adequados, exigir ambição dos países em desenvolvimento é injusto e irrealista.
Hoje só uma pequena parcela do financiamento climático chega ao mundo em desenvolvimento.
A maioria dos recursos ainda é oferecida sob a forma de empréstimos.
Não faz sentido, ético ou prático, demandar a países em desenvolvimento que paguem juros para combater o aquecimento global e fazer frente a seus efeitos”, criticou.
📊 Informação Complementar
Falas anteriores
Lula tem defendido cobrar impostos dos super-ricos e de empresas multinacionais em eventos internacionais.
Em junho, na cúpula do G7, ele defendeu a taxação internacional de 2% sobre o patrimônio dos super-ricos.
Segundo o petista, o tributo poderia gerar US$ 250 bilhões ao ano, que seriam usados “para enfrentar os desafios sociais e ambientais”.
“Isso mostra que é vontade política – e não dinheiro – o que está em falta.
A cooperação tributária internacional é outra frente crucial para reduzir desigualdades.
Taxar 2% sobre o patrimônio de indivíduos super-ricos poderia gerar 250 bilhões de dólares ao ano para enfrentar os desafios sociais e ambientais do nosso tempo", comentou, à época.
A tributação de grandes fortunas foi um dos temas prioritários dos assuntos financeiros do G20 e vem sendo defendida pelo Brasil sob a justificativa de políticas fiscais mais justas e redução da desigualdade.
No ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a taxação global e ganhou apoio de países como Estados Unidos e França.
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Fonte: r7
07/11/2025 18:25











