O que é o Fundo Florestas Tropicais e quais países já confirmaram contribuição econômica?
TFFF é uma das principais apostas do governo brasileiro para estimular a preservação ambiental O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) é uma iniciativa do governo brasileiro que busca estimular a preservação ambiental por meio de compensações financeiras para países que conservam suas florestas, utilizando um modelo inovador de financiamento climático e monitoramento transparente.
O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) é uma das principais iniciativas do governo brasileiro para estimular a preservação ambiental.
A proposta busca criar um novo modelo de financiamento climático, no qual países que mantêm suas florestas tropicais preservadas recebem compensações financeiras por meio de um fundo de investimento global.
Nesta quinta-feira, 6, durante a Cúpula de Líderes, que antecede a COP30, o Brasil obteve a confirmação da adesão de novos países investidores à iniciativa.
📊 Fatos e Dados
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De acordo com o governo federal, “em vez da destruição, a conservação se torna economicamente vantajosa, gerando desenvolvimento social e econômico”.
Ainda segundo o comunicado oficial, “o fundo representa uma solução inovadora para proteger as florestas tropicais e gerar impactos positivos para o meio ambiente, a economia e a sociedade”.
Apesar do amplo apoio político à iniciativa, poucos países anunciaram aportes financeiros.
Até o momento, o TFFF já recebeu investimentos de US$ 1 bilhão do Brasil, US$ 3 bilhões da Noruega, US$ 1 bilhão da Indonésia e US$ 500 milhões da França.
A Alemanha também manifestou apoio ao fundo, mas ainda não divulgou o valor de sua contribuição.
Além disso, estão previstas contribuições menores de Portugal e Holanda, destinadas principalmente à operação do fundo.
As informações foram confirmadas em coletiva de imprensa em Belém (PA).
Novo modelo de financiamento climático
Diferente dos mecanismos tradicionais de apoio ambiental, o TFFF busca captar cerca de R$ 125 bilhões no mercado financeiro, com taxas de juros reduzidas, tratando o fundo como um ativo de baixo risco.
O valor arrecadado será reinvestido em projetos com maior retorno financeiro, e o lucro obtido, conhecido como spread, será direcionado para remunerar os países que preservam suas florestas.
A lógica do modelo é aplicar as ferramentas de mercado ao financiamento climático.
Assim, o TFFF pretende arrecadar o valor bilionário em investimentos privados, reinvestindo esses recursos em projetos sustentáveis de alto rendimento.
A diferença entre o lucro das aplicações e o que é pago aos investidores será repassada aos países tropicais proporcionalmente à área preservada.
Segundo o governo, a proposta garante que o dinheiro investido seja devolvido com lucro aos investidores, ao mesmo tempo em que os países com florestas tropicais recebam uma compensação por manterem suas áreas de pé.
O modelo pretende unir retorno financeiro, preservação ambiental e desenvolvimento local, criando uma alternativa viável para substituir a exploração de recursos naturais.
Monitoramento e transparência
O acompanhamento dos resultados será feito por monitoramento via satélite, com dados públicos, padronização internacional e sistemas de verificação abertos.
O objetivo é garantir transparência, credibilidade e eficiência na medição da cobertura florestal.
Além de promover a conservação, o TFFF deve estimular o mercado de títulos sustentáveis, como os chamados green bonds (títulos verdes) e blue bonds (títulos azuis).
📊 Informação Complementar
O fundo não concorrerá diretamente com o mercado de créditos de carbono, mas atuará de forma complementar, fortalecendo a transição para uma economia de baixo carbono.
“Renda florestal global” e países elegíveis Anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela ministra Marina Silva, o plano propõe que nações com grandes áreas de floresta tropical, como Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo, recebam recursos financeiros pela conservação de seus biomas.
A iniciativa é vista como uma espécie de “renda florestal global”, que busca valorizar economicamente a floresta em pé e atrair investimentos públicos e privados para manter a vegetação preservada No total, 74 países em desenvolvimento poderão ser beneficiados, somando cerca de 1 bilhão de hectares de florestas tropicais e subtropicais úmidas.
Entretanto, apenas as nações que mantiverem níveis de desmatamento abaixo da média mundial receberão os pagamentos.
E quanto menor o desmatamento, maior será a recompensa.
O Banco Mundial (Bird) será o operador do fundo.
A aprovação do projeto na diretoria da instituição contou com 24 votos favoráveis e apenas um contrário, dos Estados Unidos.
Valorizar a floresta em pé
O ponto de partida do TFFF é o reconhecimento de que, na prática, a destruição das florestas ainda gera mais retorno econômico do que sua preservação.
A extração de madeira, a agricultura e a expansão urbana continuam sendo atividades lucrativas no curto prazo.
O fundo foi criado justamente para inverter essa lógica: remunerar financeiramente os países que mantêm suas florestas, criando um sistema de pagamentos por desempenho ambiental.
Com base em imagens de satélite e parâmetros técnicos internacionais, o TFFF calculará o nível de conservação de cada território.
Para cada hectare preservado, o país receberá um valor anual e o montante será reduzido caso haja aumento de desmatamento ou degradação.
A proposta, segundo o governo, busca tornar a conservação ambiental economicamente sustentável, estabelecendo uma estrutura previsível de incentivos.
Assim, a floresta ganha valor financeiro contínuo, e manter as árvores em pé passa a ser não apenas um dever ambiental, mas também uma oportunidade de desenvolvimento econômico.
Fonte: terra
06/11/2025 18:53











