“O número de vítimas humanitárias é assustador: metade da população – seis milhões de pessoas, incluindo 3,3 milhões de crianças – precisa de assistência humanitária”, disse o Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, o austríaco Volker Türk, ao Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra.
O Haiti é o país mais pobre das Américas e é dominado por grupos criminosos acusados de milhares de assassínios, violações e sequestros.
“Mais de 16 mil pessoas foram mortas e cerca de sete mil ficaram feridas em atos de violência armada desde 01 de janeiro de 2022, quando começámos a monitorizar a violência relacionada com os gangues”, destacou Türk.
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Há um recorde de 1,3 milhões de pessoas deslocadas e refugiadas no interior da ilha partilhada com a República Dominicana, avisara a ONU em junho, numa nação quase desde sempre a viver uma grande instabilidade política e económica.
A antiga colónia francesa nasceu da Revolução Haitiana, a primeira e única protagonizada por escravos que deu origem a uma nação independente, no início do século XIX.
Türk saudou a autorização de terça-feira pelo Conselho de Segurança da ONU para a passagem da missão internacional de apoio à polícia haitiana a uma força mais robusta de combate à bandidagem.
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Esta nova força vai contar ainda com "um gabinete de apoio da ONU", uma ideia sugerida há vários meses pelo secretário-geral das Nações Unidas, o antigo primeiro-ministro português António Guterres.
A referida Missão Multinacional de Apoio à Segurança (MMAS) atua maioritariamente na capital, Porto Príncipe, foi constituída em 2023 e é liderada pelo Quénia, embora conte com um efetivo de apenas mil agentes face aos 2.500 inicialmente projetados.
"Desde março, o governo [do Haiti] intensificou a utilização de 'drones' com explosivos nas suas operações anti-gangues.
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A meio de setembro, estes contra-ataques tinha causado a morte de pelo menos 559 pessoas, 11 delas crianças", continuou Türk, frisando que a maior parte destas ações são, "provavelmente, ilegais".
As unidades locais de polícia especial executaram sumariamente 174 pessoas, só este ano, por suspeita de pertença a gangues.
O advogado austríaco mostrou-se também "profundamente" preocupado com o facto de o denominados grupos de vigilantes civis e multidões espontâneas tenham assassinado mais de 500 membros daqueles grupos armados de criminosos, alegadamente com a ajuda de elementos da polícia.
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Fonte: noticiasaominuto
02/10/2025 10:00