Fundamental na disputa acirrada entre os dois lados da polarização nacional, o Centrão se descola aos poucos de Jair Bolsonaro, mas não na direção de Lula.
Fica a meio caminho, com seus partidos e líderes divididos, uns observando, outros para lá ou para cá e vários já torcendo por Tarcísio Gomes de Freitas em 2026.
O grande teste para a articulação política de Lula e para se saber qual a tendência majoritária do Centrão será nesta última semana do Congresso, antes do julgamento de Bolsonaro no STF pela trama do golpe de Estado.
📌 Pontos Principais
No foco, duas pautas essenciais para o governo: a CPMI do INSS e a isenção do IR até R$ 5 mil de renda.
O governo entrou mal e o bolsonarismo abocanhou os dois postos chaves da CPMI.
O presidente, senador Carlos Viana (Podemos), chegou ao Congresso na onda bolsonarista de 2018, está no quinto partido e defende anistia para golpistas e impeachment para Alexandre de Moraes.
🔍 Detalhes Importantes
O relator, deputado Alfredo Gaspar (União), está no primeiro mandato e se declara “de direita, com orgulho”.
Logo, o objetivo não é apurar quem e desde quando roubou aposentados e pensionistas, mas sim atacar Lula e disputar espaço, nas redes sociais e na mídia, com a abundância de provas contra Bolsonaro no STF.
A articulação política do governo, à frente Gleisi Hoffmann, não tem força nem quadros para competir na CPMI.
🧠 Especialistas Analisam estadao
Se há algo que o Planalto possa fazer, é pedir socorro ao Centrão.
Já o projeto do IR foi promessa de campanha de Lula e tem forte apelo na classe média, relevante eleitoralmente.
O bolsonarismo vai deixar passar, a quase um ano da eleição de 2026?
Improvável.
Se não pode votar contra o interesse popular, se organiza para derrubar a compensação para a perda de arrecadação: o aumento nas alíquotas da renda acima R$ 50 mil.
Mais uma cacetada no equilíbrio fiscal.
De novo: chama o Centrão!
Mais uma vez, Flávio Dino acerta no conteúdo, sem considerar o contexto.
Após causar um terremoto nos bancos com sua decisão óbvia de que brasileiros (leia-se Moraes) não são atingidos pela Justiça de outros países (leia-se Lei Magnitsky), ele agora abre inquérito para investigar R$ 695 milhões em emendas Pix, sem origem, destino e fiscalização.
Dino está certo?
No conteúdo, absolutamente.
Na oportunidade, nem tanto.
📊 Informação Complementar
Ao mexer no vespeiro das emendas na semana de pautas sensíveis no Congresso e a dias do julgamento de Bolsonaro, o ministro pode ter empurrado o Centrão para o barco bolsonarista, contra governo e Supremo.
Afinal, paira no Congresso a percepção de que STF e Planalto jogam juntos.
Logo, devem ser combatidos juntos.
O governo paga o pato.
Fonte: estadao
25/08/2025 22:24