Nos EUA, Zelensky e líderes europeus buscam garantias de segurança para bloco se guerra acabar O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chegou a Washington nesta segunda-feira (18), acompanhado de vários líderes europeus, para participar de uma reunião com Donald Trump.
O encontro ocorre após a cúpula bilateral entre o presidente americano e o líder russo, Vladimir Putin, realizada no Alasca, na última sexta-feira (15), que terminou sem um acordo de cessar-fogo.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chegou a Washington nesta segunda-feira (18), acompanhado de vários líderes europeus, para participar de uma reunião com Donald Trump.
O encontro ocorre após a cúpula bilateral entre o presidente americano e o líder russo, Vladimir Putin, realizada no Alasca, na última sexta-feira (15), que terminou sem um acordo de cessar-fogo.
Poucas horas antes do encontro, previsto para às 13h no horário local, Zelensky pediu à Rússia que "ponha fim à guerra que ela mesma iniciou".
📌 Pontos Principais
A Ucrânia compartilha "o profundo desejo de encerrar o conflito rapidamente".
A declaração foi feita pelo líder ucraniano na noite de domingo (17), acrescentando que "a paz deve ser duradoura".
"Espero que nossa força conjunta com os Estados Unidos, com nossos amigos europeus, obrigue a Rússia a uma paz verdadeira", disse nas redes sociais.
O presidente ucraniano também afirmou esperar que a Rússia "não seja recompensada pela invasão da Ucrânia" e declarou que os bombardeios russos no país "visam acabar com qualquer esforço diplomático".
Já Trump pediu à Ucrânia que abandonasse qualquer esperança de recuperar a Crimeia, anexada pela Rússia, ou de aderir à OTAN.
Zelensky viajou acompanhado do presidente francês, Emmanuel Macron; do chanceler alemão, Friedrich Merz; da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer; do presidente finlandês, Alexander Stubb; do chefe da OTAN, Mark Rutte; e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen Segundo Macron, os europeus vão questionar com Trump “até que ponto” ele se comprometerá com as garantias de segurança.
O presidente americano não descarta a organização da cúpula com Putin e Zelensky, caso "tudo corra bem" durante sua reunião com o presidente ucraniano.
Em caso de fracasso nas negociações, o chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, advertiu que Washington poderia impor "novas sanções" contra Moscou.
Uma das preocupações dos europeus é garantir a segurança da Ucrânia após o fim da guerra.
Garantias de segurança, que Washington e Moscou já teriam discutido no Alasca, poderiam se basear no artigo 5º da Carta da OTAN.
O artigo é um dos pilares fundamentais da organização e estabelece o princípio da defesa coletiva.
Isso significa que um ataque contra um dos países membros é considerado um ataque contra todos.
O dispositivo foi utilizado apenas uma vez na história, após os atentados de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.
Concessões territoriais O emissário especial de Donald Trump, Steve Witkoff, mencionou no domingo as “garantias de segurança sólidas” que teriam sido discutidas durante o encontro entre os presidentes americano e russo na cúpula no Alasca.
De acordo com ele, Moscou fez “certas concessões” territoriais envolvendo “cinco regiões” ucranianas e mencionou apenas “uma discussão importante sobre Donetsk”, que constitui a prioridade militar do Kremlin.
No frente de batalha, os combates continuam.
Segundo um balanço atualizado, um ataque aéreo noturno russo contra um bairro residencial de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia situada no nordeste do país, deixou sete mortos, incluindo uma criança pequena e um adolescente de 16 anos.
📊 Informação Complementar
Entre os 20 feridos estão seis menores com idades entre seis e 17 anos, anunciou o governador da região, Oleh Synehubov.
A Rússia lançou quatro mísseis e 140 drones durante um ataque noturno contra a Ucrânia, anunciou a força aérea ucraniana no Telegram, especificando que 88 drones foram derrubados e que houve disparos em 25 locais de seis regiões diferentes.
Um ataque russo contra a cidade de Zaporíjia, no sudeste da Ucrânia, também matou três pessoas e feriu outras 20, declarou nesta segunda-feira o governador regional, Ivan Fedorov.
Em uma mensagem no Telegram, ele acrescentou que muitos dos feridos estão em estado crítico.
Imprensa francesa destaca encontro nos EUA
"Com Zelensky, a Europa unida" é a manchete do jornal Libération, que estampa sua capa com uma foto de Zelensky cercado pelos principais líderes europeus.
O diário afirma que, três dias após o encontro entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin, o bloco está "mais atento do que nunca".
Em seu editorial, o jornal afirma que os principais aliados de Zelensky querem evitar que ele seja humilhado, como ocorreu em sua última reunião com Trump, em fevereiro.
Uma demonstração de força inédita, diz o Libé, reiterando que os dirigentes europeus sabem que é necessário "unir forças para que a Ucrânia não se deixe despedaçar".
O que eles esperam obter, já que as negociações entre a Rússia e os Estados Unidos parecem se distanciar cada vez mais do que defende a Europa?, questiona o jornal Le Figaro.
O diário afirma que os líderes europeus devem abordar três temas principais: as garantias de segurança à Ucrânia, a realização de uma reunião entre Kiev, Moscou e Washington, e as concessões territoriais exigidas por Putin.
Um encontro de alto risco, diz o jornal Les Echos no título de sua matéria principal.
O diário aposta que o presidente americano apresentará a Zelensky a proposta de retirar seu Exército da região de Donetsk, impondo uma nova "humilhação política e militar" à Ucrânia.
Para o Les Echos, a Rússia mira no recuo da linha de defesa ucraniana até as fronteiras administrativas de Kharkiv e Dnipropetrovsk, onde a Ucrânia, até o momento, não conta com reforços, para deixar o caminho livre até Kiev, no caso de uma nova ofensiva de Moscou.
Fonte: terra
18/08/2025 11:38