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Lula falhou ao não evitar tarifaço de Trump ou teve êxito nas exceções? O que dizem ex-embaixadores

4 de agosto de 2025
in Internacional, POLÍTICA
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BRASÍLIA – Ex-embaixadores que representaram o Brasil nos Estados Unidos avaliam que o governo Luiz Inácio Lula da Silva cometeu falhas diplomáticas, no mais alto nível político, ao lidar com o governo Donald Trump, mas obteve sucesso parcial ao atenuar o impacto das tarifas com uma lista de 694 exceções e um prazo de sete dias para produtos em trânsito.

A análise é compartilhada por Rubens Barbosa (1999-2004) e Roberto Abdenur (2004-2007), ambos embaixadores já aposentados, que comandaram a Embaixada do Brasil em Washington.

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Eles discordam, porém, sobre os efeitos e a conveniência política de um telefonema entre Lula e Trump, algo cogitado por ambos e discutido por atores no Palácio do Planalto e na Casa Branca.

“Houve um vazio que permitiu que Eduardo Bolsonaro ficasse solto lá.

Acho que teve um papel grande na parte política.

A diplomacia presidencial também faltou porque o Lula não fez nenhum gesto em relação ao novo governo dos Estados Unidos”, disse Barbosa.

“Se tivesse havido um entendimento maior com a Casa Branca, a tarifa não teria sido fixada em 50%.

Seria uma tarifa mais baixa”, completou Barbosa, que foi embaixador nos EUA durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

“Nós temos um êxito relativo à medida que conseguimos por meio de várias ações minorar o golpe que sofremos”, afirmou Abdenur, que comandou a representação brasileira em Washington durante o primeiro mandato do petista.

Neste domingo, 3, o presidente brasileiro voltou a demonstrar hesitação sobre tomar a iniciativa de um contato direto.

“Tenho limite de briga com o governo americano”, disse Lula, durante evento do PT em Brasília.

Para vários observadores da política externa, este é o pior momento nos 200 anos de relações entre Brasil e Estados Unidos, como classificou o também ex-embaixador em Washington Rubens Ricupero, autor do livro A Diplomacia na Construção do Brasil.

1750-2016.

“Em 200 anos, não há nada que sequer se assemelhe ao que está acontecendo hoje em dia”, disse Ricupero em palestra no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), na qual diagnosticou um rompimento de laços não declarado entre os dois governos.

Ele citou a falta de acesso da atual embaixadora brasileira, Maria Luiza Viotti, na capital americana.

Trump, por sua vez, nunca indicou seu novo embaixador para o Brasil.

"Na prática, as relações diplomáticas estão rompidas.

Nós fingimos que temos relações, mas não temos mais", afirmou Ricupero.

Barbosa e Abdenur costumam se manifestar de forma independente e, por diversos ângulos, não poupam o governo de críticas.

Atualmente, Barbosa é presidente do Instituto Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), e Abdenur, conselheiro do Cebri.

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Vazio político
O problema de interlocução deriva, para os dois diplomatas, da divergência ideológica entre Lula e Trump, e da falta de canais de diálogo entre os chefes de Estado.

Trump e Lula têm um histórico de declarações hostis mútuas no passado, apoiaram os respectivos adversários nas últimas eleições presidenciais lá e cá.

Jamais interagiram ou se encontraram pessoalmente.

Abdenur identifica um “erro” de Lula que gerou “consequências ruins”: tomar lado na campanha de 2024, usar “adjetivos duros” contra Trump e manifestar “preferência” por Kamala Harris.

“Isso criou uma má vontade contra ele, porque o Trump personaliza muito o relacionamento dele com outro chefe de governo”, avalia o ex-embaixador.

“Mas não havia como evitar.

O ataque deliberado viria de qualquer modo, mesmo que o Lula não tivesse dado a mancada que deu, porque há uma hostilidade essencial, ideológica, política e pessoal do Trump contra o Brasil do Lula.” Para quebrar o gelo, Lula publicou uma rápida congratulação pública após a eleição de Trump em novembro, mas não obteve abertura para ir além disso.

A embaixada brasileira também não conseguiu desobstruir canais com a Casa Branca, embora haja algum contato discreto em nível técnico.

“O governo (Trump) tem seis meses.

É um problema do governo brasileiro.

O presidente da República é quem faz a política externa”, disse Rubens Barbosa, para quem o Ministério das Relações Exteriores não pode ser responsabilizado diretamente pelo bloqueio político entre os governos e só deve agir nos EUA sob instruções políticas de Lula.

“A embaixada depende do Itamaraty, e o Itamaraty depende do presidente.

A embaixada não pode fazer nada que não esteja de acordo com a linha do governo.” Abdenur concorda que o trabalho de “intermediação” a ser feito por um embaixador em campo é diretamente afetado pela “atmosfera política” entre os presidentes de turno.

No momento, as portas estão fechadas.

Ele avaliou como positivo também a missão de senadores multipartidária que fez contatos nos EUA, com democratas e republicanos.

“Tenho pena da Maria Luiza Viotti: ela é uma ótima profissional, mas deu azar de ser embaixadora no pior momento nos 200 anos de nossas relações com os Estados Unidos.

Ela não pode fazer muito”, afirmou Abdenur.

“O que contou foi a mobilização de empresários americanos, sobretudo os importadores, mas também dos exportadores que estavam preocupados com o risco de uma retaliação brasileira.

É bom que o Brasil não retalie, porque isso seria agora contraproducente.” O diplomata chegou a sugerir uma mobilização de “guerrilha” dentro dos EUA, com contatos focados em governadores e parlamentares, sobretudo democratas, além do setor privado local, para questionarem a medida de Trump, inclusive com entrevistas à imprensa americana.

Uma cartilha que seria seguida pelo Planalto.

“Trump está conduzindo uma impiedosa, arrogante e prepotente guerra política e econômica no esforço de desestabilizar o governo Lula e desacreditar e debilitar as instituições da República, sobretudo o Judiciário, assim como faz no seu próprio país”, diz Abdenur.

“O objetivo é ver em algum momento subir um governo submisso a ele – idealmente Bolsonaro, o que não é possível.

Ele projeta isso porque o Brasil é um regime de esquerda, o Lula o incomodou e ele tem uma fraternidade com Bolsonaro.

Psicologicamente, eles se consideram irmanados nas supostas injustiças.”
Telefonema
Trump disse na sexta-feira, 1º, que o presidente brasileiro pode falar com ele quando quiser.

Lula reagiu horas depois.

O presidente publicou no X que sempre esteve aberto ao diálogo e que, no momento, trabalha para dar uma resposta às tarifas de Trump.

Os movimentos exploratórios são cercados de desconfiança.

📊 Informação Complementar

O governo Lula aguarda Trump dar sinal verde para as burocracias discutirem a pauta da conversa.

Um telefonema entre chefes de Estado requer preparação cuidadosa.

E há receio de que o petista seja submetido a algum tipo de constrangimento.

Lula escalou ministros para intermediar contatos, mas a resposta até então havia sido negativa.

Em 11 de julho, Trump disse que poderia conversar com o petista “em algum momento, mas não agora”.

Em entrevista ao The New York Times, Lula afirmou que o Brasil “não negociará como se fosse um país pequeno contra um país grande”.

Disse que deseja ser tratado com civilidade.

Roberto Abdenur avalia que o Planalto tem razão ao temer um choque entre Lula e Trump.

Ele entende que o telefonema não vai ocorrer, apesar da “flexibilidade” do lado brasileiro, porque Trump tem perfil “agressivo” e “destrataria” ou “humilharia” o petista.

“Não faz o menor sentido.

O Lula, embora dando uns rompantes que não são convenientes, diz que está disposto a negociar, mas naturalmente não há a menor possibilidade de ele falar com o Trump”, frisa Abdenur.

“Você viu a imagem inacreditável, inédita no mundo da diplomacia do Trump e do (J.D.) Vance, o vice-presidente, humilhando terrivelmente o (Volodmir) Zelenski, acusando-o de ser o culpado pela guerra (na Ucrânia) da qual ele é uma vítima.” “Se no começo da negociação, tivesse havido contato, eu acho que a situação (tarifária) era diferente.

Você negocia, mas a decisão depende do Trump.

É uma decisão pessoal do presidente em relação a tudo”, pontuou Barbosa.

Lista de exceções A despeito das discordâncias, os dois embaixadores avaliam que o menor impacto da tarifa adicional de 40%, para a qual Trump abriu diversas exceções, se deve a movimentações de bastidores dos setores privados em ambos países e das gestões lideradas, do lado brasileiro, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

“A negociação foi conduzida pelo Ministério da Indústria e Comércio com sucesso, não pela chancelaria.

O Itamaraty só conseguiu falar com o Marco Rubio (secretário de Estado dos EUA) na quarta-feira, quando o Mauro (Vieira, ministro das Relações Exteriores) esteve lá”, destacou Barbosa.

O ex-embaixador ressalta que qualquer exceção aberta por Trump se deve a decisões exclusivamente de interesse dos Estados Unidos, por potencial impacto no fornecimento de produtos essenciais e cadeias de suprimento mais sensíveis, como o caso do suco de laranja.

“Essas exceções foram abertas pelos Estados Unidos para atender os interesses deles.

Os produtos que afetavam a economia americana eles estão isentando do Brasil e de outros países”, afirma Barbosa.

“Tanto que, desses quase 700 itens, o café não está.

Pode ser que entre depois, por interesse deles também, porque não é plantado lá, como falou o secretário (de Comércio, Howard Lutnick).” Traidor da pátria Ambos não atribuem a ações do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), como ele chegou a argumentar, qualquer papel para conter o impacto do tarifaço entre o anúncio em 9 de julho e sua oficialização em 30 de julho.

Ao contrário, atribuem a ele o papel de circular uma campanha, como o próprio admitiu, em favor da decisão de Trump.

“Dada a gravidade da situação, eu não posso deixar de usar a palavra traidor da pátria para me referir ao Eduardo Bolsonaro e ao próprio (Jair) Bolsonaro”, diz Abdenur.

“O comandante em chefe da guerra contra nós é naturalmente o Trump.

O ajudante de ordens dele é o Marco Rubio, que é um mau caráter no Departamento de Estado.

E o general que comanda as forças no campo de batalha é o Eduardo Bolsonaro.

Ele está trabalhando contra o Brasil de uma maneira inacreditável”, afirma Abdenur.

“É uma loucura que ele faz.

Ele não poderá voltar ao Brasil enquanto houver aqui um governo verdadeiramente democrático.

Só se quando houver um governo muito de direita que o aceite e mesmo assim o Judiciário tem a sua independência, e ele terá dificuldade.” Abdenur também avalia que é importante abrir canais, como o diálogo recente entre o chanceler Mauro Vieira e Marco Rubio, mas se mostra cético quanto à eficácia: “O Rubio, por pior que seja, sabe o que é uma diplomacia profissional.

É importante haver um diálogo entre os dois, embora isso não conte muito perante uma situação que é manejada diretamente pelo próprio Trump.

É bom, mas não ajuda muito, não”.


Fonte: estadao

04/08/2025 09:40

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