Trump assina decreto que oficializa tarifas de 50% ao Brasil.
E agora?
Crédito: Larissa Burchard/Estadão BRASÍLIA – A lista de 694 produtos que ficaram de fora do tarifaço do governo americano atenua em 41% o impacto sobre o Brasil, segundo cálculo preliminar da Leme Consultores, que fez um cruzamento entre os produtos que não serão atingidos pelo aumento de tarifas e a pauta exportadora do Brasil este ano.
💥 Como estadao Afeta o Cotidiano
Quando o cruzamento é feito com a exportação de 2024, o porcentual cresce para 44,55%.
O governo brasileiro ainda não informou um cálculo oficial sobre o impacto das exceções.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá se reunir com auxiliares nesta quarta-feira para tratar sobre o tema.
🔄 Atualizações Recentes
Segundo o economista-chefe da consultoria, José Ronaldo Jr., as exceções aliviam bem o impacto sobre a economia brasileira, ainda que ainda haja efeitos consideráveis sobre alguns setores, como o de carnes e café.
Ficaram de fora da alíquota de 50% oficializada pela Casa Branca nesta quarta-feira, porém, produtos importantes na pauta de exportações brasileira para os EUA, como suco de laranja, celulose e aviões da Embraer.
“As exceções anunciadas pelo governo dos Estados Unidos reduzem significativamente o impacto potencial do tarifaço sobre a economia brasileira.
🧠 Especialistas Analisam estadao
Mais de 40% da pauta exportadora do Brasil ao País fica livre da tarifa adicional anunciada pelo governo americano”, disse Ronaldo Jr.
De janeiro a junho deste ano, o Brasil exportou US$ 20 bilhões para os Estados Unidos.
Desse total, US$ 8,2 bilhões (41%) são de produtos que figuram na lista de exceções de Trump, enquanto US$ 11,81 bilhões são produtos que foram atingidos (59%).
Leia mais
Já no ano fechado de 2024, o Brasil exportou US$ 40,36 bilhões para os EUA.
A lista de exceções de Trump teria excluído do tarifaço US$ 17,98 bilhões em produtos (44,55%), enquanto US$ 22,38% (55,45%) seriam atingidos.
Nos cálculos do ASA, a análise preliminar da lista de isenções ao tarifaço indica que cerca de 30% das exportações brasileiras aos Estados Unidos devem ficar isentas da medida, o equivalente a aproximadamente US$ 12 bilhões em vendas no acumulado de 12 meses até junho de 2025.
Dentro desse grupo isento, a pauta é altamente concentrada, pois apenas oito produtos respondem por 90% desse valor: São eles: óleos brutos de petróleo; ferro fundido bruto não ligado, com até 0,5% de fósforo; pastas químicas de madeira à soda ou ao sulfato, semibranqueadas ou branqueadas de não coníferas (exceto para dissolução); querosenes de aviação; outras partes de aviões ou helicópteros; suco de laranja congelado; pasta química de madeira para dissolução; e bulhão dourado (bullion doré), em formas brutas para uso não monetário.
Do lado dos produtos taxados, nove itens correspondem a cerca de um quarto do valor total que será afetado pela tarifa, com destaque para os dois primeiros, que juntos representam aproximadamente 12% das exportações brasileiras aos EUA: os produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, com baixo teor de carbono e o café em grão não torrado e não descafeinado.
“A pauta de exportações segue bastante concentrada, com alguns itens conseguindo escapar da nova tarifa, mas produtos como café e carne seguem sujeitos à alíquota de 50%.
A entrada em vigor da medida foi postergada para 6 de agosto, o que ainda abre espaço para negociações setoriais”, diz Leonardo Costa, economista do ASA, ao citar o prazo dado pelo governo norte-americano para produtos que já estão em fase de importação.
Fonte: estadao
30/07/2025 18:56